O jornal belga Het Niewsblad sempre muito bem informado, sobre o mundo do ciclismo WorldTour, levanta seis questões, que são as principais questões ainda sem respostas em uma provável fusão “Soudal-Visma”.
Patrick Lefevere teria chegado ao fim?
Se uma fusão chegar ao fim, o papel de Lefevere, após quarenta e cinco anos como líder de equipe/gerente de equipe/CEO, poderia ter chegado ao fim. No final de 2019, quando Lefevere atingiu a idade de aposentadoria, 65 anos, já sugeria um fim de carreira nesse cargo: “Me sinto no papel de presidente do conselho de administração. Que dou conselhos, mas não sinto mais a obrigação diária de ir à corrida” ele disse à época.
No entanto, nos últimos anos, a posição de Lefevere parece ter mudado um pouco. Com a Soudal e a Quick-Step, ele conseguiu garantir os patrocinadores principais até ao final de 2027. “Também prometi aos patrocinadores Soudal e Quick-Step que permanecerei a bordo até ao final dos contratos”, disse anteriormente.
E Remco Evenepoel ?
Se a fusão acontecer, o Campeão Mundial de Contrarrelógio, não ficará sem sofrer consequências. Um elemento importante em toda a história é quem será o chamado agente pagador. Supondo que Lefevere, decida vender a sua licença do World Tour, isso terá um sério impacto para Remco Evenepoel, já que, de acordo com a legislação, o “novo” empregador é obrigado a cumprir o contrato.
E os outros ciclistas?
E os pilotos menos famosos? Um período de incerteza começa para eles. Em qualquer caso, há “excedente”. A Jumbo-Visma e a Soudal Quick-step, possuem juntas sob contrato para 2024, em caso de fusão, 52 ciclistas, sabemos que a UCI impõe um limite de trinta atletas por equipe. Uma solução deve ser encontrada, para pelo menos vinte e dois ciclistas.
Existem também personalidades que não se completam e podem não concordar em correr ao lado de outros colegas de equipe. Exemplo: É sabido que Olav Kooij (Jumbo-Visma) não gostaria de andar na mesma equipe que o colega velocista Tim Merlier (Soudal Quick-step).
E o Staff?
A maioria dos líderes de equipe, porta-vozes, médicos entre outros, trabalham de forma independente, com contratos de 1 ou 2 anos. Os assessores, mecânicos e outros colaboradores da Soudal Quick-Step têm contrato de trabalho.
“No dia 1º de outubro, a maioria das equipes já fez as contratações para a próxima temporada e restam poucas vagas”, disse um gerente de equipe que deseja permanecer anônimo. “As fusões sempre existiram, mas não é eticamente responsável fazer isso tão tarde na temporada.”
E os patrocinadores de ambas as equipes?
Não temos muita visão dos contratos entre patrocinadores e equipes. Muitas vezes apenas a duração é conhecida. Por exemplo, sabemos que o contrato entre Richard Plugge e Jumbo expira no final de 2024, enquanto Soudal tem contrato com Lefevere até final de 2027.
A questão é o que acontecerá com a Quick Step, fiel parceira patrocinadora de Patrick Lefevere, que também tem contrato até o final de 2027. Eles não parecem fazer parte dos planos de fusão no momento. Ruben Desmet, CEO da Unilin Floors (Quick-step), mantém um amigável “sem comentários”.
Soudal e Quick-Step apostaram no ‘Project Remco’, com quem a equipe espera vencer o Tour de France. Mas numa entrevista, o CEO da Soudal já deixou escapar, que o seu patrocínio não depende da figura de Evenepoel: “É bom que Remco Evenepoel seja belga. Mas se um espanhol como Juan Ayuso viesse, isso poderia ser ainda melhor para Soudal.” Desta forma, um outdoor com Jonas Vingegaard também pode não ser uma objeção.
Quando aconteceria?
Quando ocorreria a fusão? Na Soudal Quick-Step, Patrick Lefevere enviou um memorando interno aos pilotos e funcionários no qual nega que a fusão esteja chegando.
Lefevere indica que “houve discussões contínuas com várias partes nos últimos meses…Mas, ao contrário do que foi relatado, não existem projetos ou planos concretos neste momento”.
A Jumbo-Visma também enviou um e-mail aos ciclistas e funcionários para conter as preocupações, mas na equipe você ouve que os planos de fusão, estão realmente sobre a mesa. E que é “desafiador, mas não impossível” concluir isto antes de 2024.