Morre José Catieau, o ciclista ex-camisa amarela, que fez Luis Ocaña ameaçar abandonar o Tour de France
Figura do ciclismo francês na década de 1970, vencedor de etapas do Tour de France (1973), da Dauphiné (1974), Paris-Camembert (1972) e Volta a Portugal (1971), o ciclista de Coutiches, no norte da França, José Catieau faleceu nesta quinta-feira, aos 77 anos.
Embora na quinta-feira, tenha sido apresentada a Grande Départ em 2025, no norte da França, uma figura do ciclismo da região faleceu quase que simultânemente. José Catieau morreu aos 77 anos no hospital Saint-Quentin (Aisne), informou o site Aisne Nouvelle.
Nascido em Coutiches (Norte), mas tendo crescido em Aisne, o homem que se destacou durante as corridas regionais venceu etapas do Dauphiné, dos 4 Dias de Dunquerque ou do Grande Prémio du Midi Libre, foi também capaz de desempenhar papéis de destaque, nas classificações gerais (4º no Midi Libre em 1973, 10º em Paris-Nice em 1970). Mas foi o Tour de France de 1973 que fez história no Catieau.
Vitória de Catieau fez Ocaña ameaçar abandonar o Tour de France
Apesar de ter sido contratado para ser gregário de seu colega na equipe Bic, Luis Ocaña, Catieu ousou vencer a etapa em Saint-Nicolas, sua única vitória no Tour. O que não agradou ao seu líder, que finalizou na 59ª posição e ameaçou fazer as malas e abandonar o Tour na mesma noite.
“Ousei vencer, mesmo tendo sido contratado para ajudá-lo”, ele revelou para o L’Équipe em 2019. Mas Maurice De Muer (diretor esportivo do Bic) me defendeu”.
Camisa amarela conquistada nunca foi lavada
Dois dias depois, entre Roubaix e Reims, o francês voltou a empreender uma fuga real, desta vez com Ocaña ao seu lado. Melhor colocado geral entre os fugitivos, ele vestiu a camisa amarela na chegada, enquanto o espanhol tirou tempo dos rivais.
Catieau manteve a Maillot Jaeune durante quatro dias “e até cinco, porque também houve o dia de descanso” antes de se colocar novamente à serviço do seu escalador, vencedor final do seu único Tour, José Catieau, terminou a competição na 14ª colocação da Classificação Geral.
Ele encerrou a carreira em 1976, sem parar de pedalar nos arredores de Saint-Quentin, onde havia aberto uma loja de bicicletas. Tímido, humilde, às vezes trazia para fora a única camisa amarela que guardava, em um armário “e nunca lavada” , garantiu. E a emoção voltou. “Não sou arrogante, mas acredite, quando tiro essa camisa fico orgulhoso.”