O ano de 2023 foi marcante para o mundo do ciclismo profissional, especialmente quando se tratou da remuneração dos atletas de elite. Determinar o salário médio de um ciclista sempre foi uma tarefa desafiadora, dada a escassez de divulgação oficial por parte das equipes. Contudo, algumas informações cruciais conseguiram escapar ao véu do sigilo, proporcionando uma visão única sobre a realidade financeira dos protagonistas das pedaladas.
Tadej Pogačar, o líder da UAE Team Emirates, detentor do título de ciclista mais bem pago, continuou a impressionar em 2023 com uma remuneração estratosférica de 6 milhões de euros anuais. O destaque não ficou apenas nele, já que Mathieu van der Poel, representando a equipe Alpecin-Deceuninck, também teve sua remuneração divulgada, recebendo um considerável montante de 2 milhões de euros por ano.
É imperativo destacar que esses valores representam casos específicos e não refletem a média salarial da categoria como um todo. A falta de transparência nas divulgações das equipes torna a obtenção de uma média global uma tarefa árdua.
Conforme apurado pelo site holandês Manlyé, a União Ciclística Internacional (UCI) estabeleceu um salário mínimo para os ciclistas profissionais, aplicável aos participantes do nível mais alto do ciclismo profissional, o WorldTour. Atualmente fixado em 32.102 euros, esse mínimo está programado para aumentar progressivamente nos próximos anos. Em 2024, alcançará os 35.000 euros, subindo para 38.000 euros em 2025. Esses ajustes buscam garantir uma remuneração justa e adequada aos ciclistas profissionais, refletindo o valor que esses atletas agregam ao esporte.
A fonte holandesa também destaca que o salário médio de um ciclista profissional que não ocupa posição de destaque, não vence com frequência ou faz parte de uma equipe menor é estimado em cerca de 200.000 euros por ano, segundo diversas fontes. Esses valores, naturalmente, estão sujeitos a flutuações, dependendo de variáveis como a experiência do ciclista, a equipe em que está inserido, seu desempenho anterior e outros aspectos contratuais.
Durante o aclamado Tour de France, o evento ciclístico mais prestigioso, a média salarial atinge patamares ainda mais elevados. Estima-se que o salário médio anual de um ciclista participante do Tour seja de aproximadamente 280.000 euros. Essa discrepância reflete a relevância e visibilidade ímpar desse evento, além do prestígio inerente a ele. Vale ressaltar que esses números são aproximados e sujeitos a flutuações, uma vez que os contratos e os impactos individuais podem influenciar os ganhos dos ciclistas.
Um exemplo notório dessa valorização pós-desempenho é Biniam Girmay. Após sua vitória na Gent Welvegen em 2022, fontes confiáveis revelaram que o ciclista da Intermarché – Circus – Wanty experimentou um substancial aumento salarial, passando a receber 1 milhão de euros por ano. Esse episódio reforça como o rendimento excepcional pode impactar diretamente na valorização financeira dos ciclistas profissionais, acrescentando uma camada extra de competitividade ao espetáculo que é o ciclismo de elite.