Tadej Pogacar é aconselhado por Pentacampeão do Tour de France e vencedor do duplo Giro/Tour: “Ele terá que dosar”
Miguel Indurain dispensa apresentações. Pentacampeão do Tour de France, duplo vencedor do Giro d’Italia, campeão mundial e olímpico contra o relógio… uma lista imensa de vitórias, e que poderia ter sido mais, porque sempre foi um corredor abriu mão de diversas provas, pensando em prêmios maiores.
O espanhol, em uma entrevista ao jornal AS, revelou o que pensa sobre o ciclismo atual, o ciclismo levado à sério desde muito cedo e é claro o duelo Jonas Vinegaard/Tadej Pogacar no próximo Tour de France.
Ciclismo hoje em dia
Indurain, de 59 anos começou relatando como ele vê o ciclismo hoje em dia, comparando com sua época. “Eles são muito explosivos. Depois não há tanto contra-relógio como na minha época, que é o que eu gostava”.
“O que a organização quer é que tudo chegue ao último dia sem decidir, e nesse aspecto brincam um pouco com a forma de fazer os percursos”.
O que você acha do duelo Pogacar-Vingegaard?
Existem mais pessoas. É claro que eles dominaram nos últimos anos e têm equipes muito poderosas, mas há sempre mais um corredor que está lá. Todo ano é completamente diferente. Além disso, Pogacar fará o Giro e o Tour, que é um desafio difícil, ele terá que dosar.
Giro d’Italia e Tour de France no mesmo ano
Miguel Indurain venceu o Giro d’Italia no mesmo ano, em dois anos consecutivos (1992 e 1993) e foi questionado sobre a preparação para o sucesso da tentativa. “A questão é que hoje em dia tudo é disputado de janeiro a outubro”.
“Para um desafio como esse, é preciso esquecer as coisas pelo caminho. Na minha época deixei de lado as clássicas e outras coisas que queria fazer, para fazer para um esforço tão importante. Imagino também que a forma de planejar a temporada, será diferente da minha época.
Aposentadoria precoce no ciclismo
“Há muito estresse hoje em dia, e é por isso que muitos ciclistas desistem. Por exemplo, gostei muito de Tom Dumoulin, e devido ao estresse, à sobrecarga… ele saiu”.
“Há muita pressão sobre o atleta e não só no ciclismo. Está nos esportes em geral. Tênis, basquete, futebol… eles começam muito jovens, porque têm todos os dados”.
“Peter Sagan é outro dos que desistiu recentemente e vinha ganhando desde muito jovem. Se você começar a ganhar muito cedo, poderá se esgotar. Existem casos e mais casos, mas fazer 10-15 anos em alto nível é o suficiente”, finaliza o Pentacampeão do Tour de France.