Estudo revela grandes ganhos aerodinâmicos com rádios e carenagens no peito, Volta ao Algarve teve vários casos
Um estudo recente publicado no Journal of Wind Engineering and Industrial Aerodynamics revelou que as carenagens no peito podem proporcionar aos pilotos uma vantagem aerodinâmica significativa, especialmente em provas de Contrarrelógio.
Ganhos de até 1 segundo por quilômetro
A pesquisa demonstrou que uma carenagem ampla no peito, poderia resultar em ganhos de tempo de quase um segundo por quilômetro. Mesmo carenagens mais discretas podem oferecer uma vantagem de alguns segundos durante uma corrida, o que pode ser crucial para determinar o vencedor.
O que são Carenagens?
Carenagens são objetos adicionados à bicicleta ou ao ciclistas com o objetivo de melhorar a aerodinâmica e reduzir o arrasto. Recentemente, os ciclistas têm buscado novas formas de otimizar sua aerodinâmica, incluindo a adição de objetos aos seus skinsuits para alterar a forma do corpo e suavizar a passagem do ar ao redor deles.
Triatletas têm colocado garrafas de água em suas camisetas para otimizar a área frontal. Ciclistas como Magnus Sheffield, Filippo Ganna e Jonas Vingegaard já utilizaram carenagens menores em provas de Contrarrelógio, com Vingegaard inclusive adotando essa estratégia no Tour de France do ano anterior.
Remco Evenepoel após o Contrarrelógio da Volta ao Algarve com o rádio no peito
Regulamentações da UCI
Apesar dos benefícios aerodinâmicos das carenagens, as diretrizes da União Ciclística Internacional (UCI) estipulam que “qualquer elemento ou dispositivo não essencial” não pode “modificar a morfologia do piloto”. No entanto, algumas equipes têm tentado contornar essa regra utilizando rádios de corrida como carenagens torácicas, uma prática que não é permitida pelas regulamentações atuais.
Metodologia do Estudo
Para avaliar o impacto das carenagens na aerodinâmica dos pilotos, os pesquisadores Bert Blocken, Fabio Malizia e Thijs van Druenen, das Universidades Heriot-Watt, KU Leuven e TU Eindhoven, respectivamente, realizaram simulações de Contrarrelógio em um túnel de vento em Eindhoven, na Holanda. Eles utilizaram um manequim de um ciclista masculino com 1,77 cm de altura para as simulações, visando compreender melhor os ganhos de tempo associados ao uso de diferentes tipos de carenagens.
