Uma das muitas regras não escritas no mundo do ciclismo profissional, especialmente no contexto do Tour de France, é a tradição de um cessar-fogo respeitoso quando o líder da corrida, conhecido como Maillot Jaune, para para uma pausa na natureza. Entretanto, segundo Egan Bernal, esse respeito parece estar desaparecendo no pelotão moderno.
Em uma entrevista durante um dia de descanso ao jornal Marca, Bernal, vencedor do Tour de France de 2019, refletiu sobre as mudanças observadas. “No Tour de 2019, a corrida era um pouco mais controlada, mais previsível”, relembra.
Não há respeito no pelotão
“Havia mais respeito no pelotão; agora, não há respeito nenhum. Ontem (domingo), o “Maillot jaune” parou para urinar, um momento em que todos deveriam respeitar. A fuga já tinha se formado, mas ainda havia ciclistas que continuaram atacando. Isso não acontecia antes.”
Bernal observa uma mudança significativa no comportamento dos ciclistas após a pandemia de COVID-19. “A verdade é que em 2021, depois da COVID, as coisas mudaram. Desde então, de 2019 para cá, houve uma mudança considerável”, complementa o ciclista colombiano.
Jonas Vingegaard está esperando seu momento
Durante a primeira semana do Tour de France de 2024, Tadej Pogacar tem sido a figura central. No entanto, ao contrário do Giro d’Italia no início deste ano, o líder da UAE Team Emirates ainda não conseguiu dominar completamente seus principais rivais.
“Além das pernas, você tem que esperar o momento certo. Acho que ninguém é invencível e isso já foi provado. Jonas Vingegaard o venceu e o venceu muito bem também”, avalia Bernal.
“Vingegaard é um ciclista que pode se sair muito bem; ele está esperando seu momento, não se deixa levar. Às vezes, é melhor ter paciência do que apenas fazer shows. É bom para o ciclismo, mas para vencer você também precisa pedalar com a cabeça fria”, conclui o ciclista da INEOS Grenadiers.