Tadej Pogacar concede coletiva, fala sobre doping e revela “não diria que estou na mesma forma do Tour”
Na coletiva de imprensa desta sexta-feira, antes da disputa da Il Lombardia, Tadej Pogacar abordou diversos temas, incluindo o doping e suas expectativas para a prova.
Com uma postura serena, o esloveno mostrou confiança para a corrida, e não modificou seu tom de voz, ao responder perguntas sobre suspeitas de doping, provenientes de parte da imprensa presente.
“Quero fazer a Il Lombardia todos os anos”
Questionado sobre suas metas para a corrida, Pogacar afirmou que, apesar de já ter vencido a Il Lombardia três vezes, seus estímulos permanecem altos.
“Definitivamente, quero definir metas diferentes para mim. Mas, neste ponto da temporada, Lombardia é Lombardia e não há muitas outras corridas semelhantes disponíveis”.
“É uma grande corrida para fazer todos os anos, e se eu conseguir vencer o maior número possível, estou bem”, disse ele. O esloveno completou que, independentemente do resultado, pretende aproveitar o momento: “Se eu tiver sucesso, ficarei feliz. Se eu não tiver sucesso, ainda assim terei me divertido”.
Pogacar destaca o respeito ao calendário
Quando questionado sobre como manter a motivação após uma longa temporada, Pogacar destacou seu compromisso com a equipe e o respeito aos calendários estabelecidos. “É algo que você descobre dentro de si, para a equipe e de acordo com os programas que foram estipulados anteriormente”.
“Se você fizer uma mudança no final da temporada, se optar por não correr, você comprometeria outro ciclista, e eu não acharia isso correto. Sinto-me bem na bicicleta, então por que não continuar correndo? E acima de tudo, tendo a camisa de Campeão Mundial, acho que poderei aproveitar ainda mais a corrida, complementou Pogacar.
“Atacar de longe traz um pouco de risco”
Sobre suas táticas de corrida, Pogacar comentou que prefere atacar sozinho, em vez de esperar por decidir próximo a linha de chegada.
“Ir sozinho traz um pouco de risco, você precisa saber como está. Na Strade Bianche, desde o início eu tinha certeza de que poderia vencer”.
“No Mundial, me arrisquei ficando na fuga duas horas e meia e não sabia se conseguiria. No entanto, se for uma questão de chegar em um ou dois sprints curtos, há muito mais adrenalina”, afirmou o esloveno.
“Não diria que estou na mesma forma do Tour de France”
Quando questionado sobre a falta de resposta de outros ciclistas em ataques recentes, como nas competições de Zurique e no Giro dell’Emília, Pogacar afirmou que as circunstâncias foram criadas em razão dos adversários.
“Na Suíça, com certeza havia corredores que poderiam me seguir, como Evenepoel. No Giro dell’Emília, estávamos mais perto da meta, e estava chovendo, então foi um dia bastante difícil. Mas eu não diria, como li, que estou na mesma forma do Tour. Se olharmos para um único dia, talvez os números sejam iguais aos do Tour, mas os esforços não são comparáveis.”
Reflexões sobre o doping no ciclismo
Ao abordar o tema doping, Pogacar refletiu sobre o impacto negativo do passado do ciclismo. “O ciclismo é um esporte onde, no passado, as pessoas não mediam esforços para alcançar resultados e colocavam sua saúde em risco”.
“Muitas pessoas que você nem conhece, provavelmente têm problemas de saúde ou mentais, pelo que fizeram com seus corpos há 20 ou 30 anos”, lamentou o ciclista. Ele ressaltou que, atualmente, a confiança no esporte ainda está abalada, e que cabe aos ciclistas trabalharem para se recuperar.
“Não há nada que possamos dizer, exceto jogar o nosso jogo e esperar que as pessoas comecem a acreditar. Mas você sempre precisará de um vencedor e o vencedor sempre terá mais olhos voltados para ele”, finalizou Tadej Pogacar.
Ele e o cara mais testado no momento! se ele quisesse esconder algo não faria as coisas que ele faz tantas vezes, evitaria muitas corridas, não ia ser de forma nenhuma se expor desse tanto. O fãs desses esporte precisam deixar o passado para trás. O tempo dirá!!