Jornalista critica fortemente despedida de Mark Cavendish “parecia um teatro amador montado às pressas”

Criteriums organizados pelo Tour de France, como o de Singapura, são conhecidos por serem competições onde os resultados são planejados antecipadamente. O objetivo, segundo organizadores, não é enganar o público, mas sim trazer mais espetáculo, permitindo que grandes estrelas tenham um último momento de destaque.

Porém, essas corridas dividem opiniões entre fãs e especialistas. O comentarista holandês Thijs Zonneveld criticou fortemente a falta de autenticidade na última corrida de Mark Cavendish, sugerindo que ele poderia ter se despedido do ciclismo em um cenário mais significativo: o Tour de France.

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A despedida de Cavendish no Singapore Criterium

“Mark Cavendish, o melhor velocista de todos os tempos, se despediu do ciclismo no último fim de semana”, iniciou Zonneveld, em sua coluna para o jornal Algemeen Dagblad.

“Ele escolheu – espere, deixe-me verificar – o Tour de France Prudential Singapore Criterium para essa ocasião. Mas, por mais que ele (e alguns outros sprinters) tenham tentado dar um tom épico, icônico e histórico ao evento, não funcionou,” afirmou o comentarista.

“Sua boca estava tão aberta que seu queixo pendia do guidão”, ele descreve a jogada no final. “Ele balançou, olhou por cima do ombro e pisou nos pedais pela última vez.”

Assista a chegada

“Depois ele pôde sentar-se em êxtase para comemorar. Mãos sobre os olhos, público nos bancos, lágrimas nos olhos. Bem, com risadas. Não importa o quanto ele tentasse fazer com que parecesse épico e histórico. Mesmo na entrevista posterior você teve a sensação de estar assistindo a um teatro amador montado às pressas”, afirmou o colunista.

“Ele vendeu seu adeus, como Elvis”

No domingo após a corrida, as redes sociais ficaram repletas de comentários irônicos e críticas à “planejada” despedida de Cavendish, com muitos considerando que a escolha de um criterium ‘encenado’ desvalorizava seu brilhante legado.

Zonneveld resumiu sua opinião com uma comparação direta: “Em vez disso, ele vendeu seu adeus. Um último pagamento em uma corrida falsa do outro lado do mundo, como Elvis (cantor Elvis Presley) fazendo uma última turnê em cassinos decadentes de Las Vegas antes de seu corpo ceder”.

“Mas, de certa forma, isso também combina com Cavendish. Ele tem tantas faces: a de um campeão imbatível, mas também a de um kamikaze.”

Última corrida deveria ter sido em Nice

Para Zonneveld, o lugar ideal para Cavendish encerrar sua carreira deveria ter sido em Nice, durante o Tour de France. Cavendish alcançou um marco histórico ao vencer sua 35ª etapa no Tour, superando montanhas para cruzar a linha de chegada em Nice, onde recebeu uma homenagem especial no pódio.

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