Francesco Moser compara Tadej Pogacar e Eddy Merckx “Pogacar chega como se estivesse treinando, Merckx chegava exausto”, assista o vídeo

Francesco Moser, lenda do ciclismo mundial é conhecido por suas conquistas no Giro d’Italia, onde venceu 22 etapas, além de títulos no Campeonato Mundial e três Paris-Roubaix.

Em entrevista ao jornal Il Mattino, o ex-ciclista italiano analisou a trajetória de Tadej Pogacar e traçou um paralelo entre o esloveno e Eddy Merckx, o “Canibal” belga, com quem Moser competiu no início de sua carreira. Moser não hesitou em elogiar Pogacar, afirmando que ele pode superar até mesmo Merckx em alguns aspectos.

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Eddy Merckx e Francesco Moser durante o Tour de France de 1975

“Tadej Pogacar vence com mais facilidade que Eddy Merckx”

Moser destacou a força de Merckx em suas competições e o papel essencial que sua equipe desempenhava para garantir o sucesso nas provas, algo que ele observa também em Pogacar.

Contudo, ele acredita que Pogacar demonstra uma naturalidade impressionante ao vencer suas provas. “Eu competi com Merckx, e ele era forte. Ele tinha uma equipe muito forte para preparar os ataques, assim como Pogacar tem, mas, para mim, Pogacar vence com mais facilidade do que Merckx”.

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Tadej Pogacar vence com um ataque de 100km durante o Campeonato Mundial de Zurique

“Pogacar chega como se estivesse treinando, Merckx chegava exausto”

“Você o vê (Tadej Pogacar) chegando como se estivesse apenas treinando, enquanto Merckx chegava exausto,” afirmou Moser, ressaltando a diferença no estilo de vitória entre os dois ciclistas.

Apesar das observações sobre o desempenho de Pogacar, Francesco Moser reconhece que as comparações entre épocas são complexas e, muitas vezes, inconclusivas.

“É difícil fazer essas comparações. É difícil dizer porque nunca teremos uma prova definitiva. Então, vamos olhar para o que temos hoje; costumávamos olhar para o que fazíamos, mas comparações à distância são impossíveis,” afirmou Moser.

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Tadej Pogacar ao vencer a Il Lombardia

Dávamos os pneus usados aos domestiques e nós usávamos os novos

Para Moser, o ciclismo evoluiu substancialmente desde os seus tempos. Ele comentou como o esporte se tornou mais profissional. A lenda italiana relatou como as condições eram bem mais modestas em sua época.

“Hoje eles correm desta maneira e é mais complicado se impor. Até os rivais de Pogacar têm o mesmo que ele; hoje as equipes do WorldTour gastam milhões de euros e não podem se dar ao luxo de perder uma corrida”.

“Quando competíamos, dávamos os pneus usados aos domestiques e nós, os capitães, usávamos os novos, porque precisávamos economizar dinheiro. Agora, por outro lado, todos têm o melhor do melhor,” observou Moser, destacando as mudanças tecnológicas e o acesso igualitário a equipamentos de ponta.

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Eddy Merckx no ataque

“Devemos apreciar o presente, as comparações não têm resposta”

Assim, com as mudanças no esporte e o avanço na profissionalização tornam impossível uma comparação definitiva. E o ex recordista da hora, em 1984, com 51km 151m, resume em suas palavras, a incapacidade de comparação entre duas épocas diferentes: “devemos apreciar o presente, pois as comparações são um exercício sem resposta”, finalizou Moser.

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Francesco Moser em 1984

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