Chefe do Tour de France faz revelações em evento na França: “UCI busca um limite orçamentário no World Tour” e afirma “eu não era fã da SKY”
Christian Prudhomme esteve em Montpellier na última sexta-feira, para divulgar o Tour de France, já que a região, mais especificamente a cidade de Hérault acolherá uma etapa da Grande Boucle em 2025.
Após o protocolo oficial, o francês revelou que a UCI está investigando as possibilidades, para reduzir as .respondeu a algumas perguntas do tradicional jornal local Midi libre, onde abordou questões, como o domínio financeiro de algumas equipes, os ataques de longa distância.
O executivo fez ainda uma revelação, que não gostava de uma das mais dominantes equipes dos anos 2000, a britânica SKY.
“O capital vem principalmente dos países árabes”
Christian Prudhomme, chefe do Tour de France, apontou que a entrada de grandes patrocinadores do Oriente Médio alterou significativamente o cenário do ciclismo. Essa mudança gerou discussões sobre a implementação de um limite orçamentário para as equipes.
“Uma investigação está sendo realizada pela UCI, em conjunto com os organizadores e as equipes, sobre o fato de que pode haver um orçamento máximo. Como o capital vem principalmente dos países árabes, a concorrência é um pouco desequilibrada. Isso é um eufemismo”, afirmou Prudhomme ao canal francês Midi Libre.
A insatisfação é particularmente notável entre as equipes francesas, que enfrentam dificuldades para competir em igualdade com as grandes equipes do World Tour.
“Ter grandes patrocinadores talvez seja também o que falta às equipes francesas”, reconheceu Prudhomme, destacando a diferença de recursos disponíveis para alcançar o topo.
Esta diferença de nível não reduz a atratividade do ciclismo?
“Não. Tivemos a sorte de ter ataques à distância durante 4 ou 5 anos, desde 2019 e a vez dos pistoleiros, se me permitem a expressão, de Thibaut Pinot e Julian Alaphilippe (rindo)”.
“Depois vieram Van Aert, Van Der Poel, Pogacar, Evenepoel, destacou Prudhomme, reforçando que a diversidade de estilos e talentos ainda mantém o ciclismo atrativo para o público.
“Eu não era fã da SKY”
Prudhomme também relembrou os anos de domínio da equipe Sky, liderada por Bradley Wiggins e Chris Froome. Ele criticou o estilo de corrida adotado na época, que priorizava o controle absoluto até os metros finais das etapas.
“Eu não era fã da era Sky, onde estava tudo trancado com cadeado e eles só atacavam a 800 metros do final”, afirmou.
Essa abordagem contrasta com os últimos anos, onde o ciclismo apresentou corridas com ataques de longa distância, algo que Prudhomme espera ver novamente no próximo Tour de France.
“Há dois anos tivemos um Tour absolutamente fantástico (2023, vitória de Jonas Vingegaard), nesta temporada tivemos um excepcional, durante metade da corrida. Só espero que no próximo ano todos cheguem à plena capacidade”, finalizou Christian Prudhomme.