Jonas Vingegaard rebateu os comentários feitos por Bernard Hinault, vencedor do Tour de France cinco vezes (1978, 1979, 1981, 1982 e 1985), ao site francês cyclismactu.
Na entrevista, Hinault afirmou, que o dinamarquês parecia gostar menos de competir, do que seus principais rivais, Tadej Pogacar e Remco Evenepoel, devido ao término precoce de sua temporada, em meados de agosto.
Vingegaard justificou sua decisão, apontando os graves ferimentos que sofreu em a queda durante a Volta ao País Basco, no início de abril.
Jonas Vingegaard com 44 dias de competições em 2024
Enquanto Pogacar e Evenepoel completaram 58 e 61 dias de corrida em 2024, respectivamente, Vingegaard competiu em apenas 44 dias. O dinamarquês iniciou sua primavera com participações na O Gran Camiño, na Tirreno-Adriatico e na Volta ao País Basco.
Foi nesta última que ele sofreu uma dura queda durante a 4ª etapa, resultando em lesões graves, incluindo colapso e contusão pulmonar, clavícula quebrada e várias costelas fraturadas.
A recuperação exigiu meses de esforço, mas ainda assim Vingegaard conseguiu disputar o Tour de France, onde mostrou uma grande performance, finalizando na 2ª colocação.
Após o Tour, Vingegaard ainda competiu na Clásica San Sebastián (DNF) e no Tour de Pologne (venceu a competição), encerrando sua temporada em 18 de agosto, cerca de um mês após o fim da Grand Boucle.
“Vingegaard parece gostar menos de correr do que Pogacar”
Bernard Hinault, em entrevista ao site francês CyclismActu em setembro, questionou a atitude de Vingegaard:
“Ele não é o primeiro a fazer isso. No passado, muitos ciclistas que se destacaram no Tour disseram para si mesmos: ‘Está tudo bem, por que devo continuar lutando?’”
“Podemos nos perguntar se esses ciclistas gostam de andar de bicicleta, porque, se você gosta de andar de bicicleta, gosta de correr e de vencer. Vingegaard parece gostar menos de correr do que Pogacar ou Evenepoel.”
“Acho que muitas pessoas me subestimam”
Em uma entrevista ao site dinamarquês Ekstra Bladet, Vingegaard respondeu às declarações de Hinault, defendendo seu desempenho e decisões:
“Acho que muitas pessoas me subestimam. Não sabem quanto custou me preparar para o Tour de France. Não creio que ele (Hinault) tenha pensado nas consequências da minha queda e que, depois disso, eu teria que estar pronto para o Tour de France.”
O dinamarquês também destacou que sua escolha de terminar a temporada em agosto foi estratégica:
“Se eu não estivesse pronto a tempo para o Tour, é claro que teria feito mais competições no outono. Mas se você fizer um, terá que deixar de fazer o outro”.
“Com a queda que tive, não se pode esperar que eu esteja no meu melhor no resto da temporada. Não sei se ele sabe o quão ruim eu estava”, finalizou Jonas Vingegaard.