Alberto Contador na Movistar? Espanhol admite que relação com diretor pode ter impedido mudança em 2 oportunidades
Alberto Contador, um dos maiores ciclistas da história, vencedor do Giro d’Italia (2x), Tour de France (2x) e Vuelta a España (3x) entre 2007 e 2015, revelou em entrevista ao site espanhol Relevo, duas ocasiões em que quase assinou com a Movistar Team.
Apesar de sua trajetória brilhante, marcada por conquistas e desafios, incluindo uma polêmica sanção da UCI, ele admite que essas negociações poderiam ter mudado sua carreira, mas também acredita que poderia ter havido conflitos com o diretor da equipe, Eusebio Unzué.
Primeira vez em 2006: “Acho que no próximo ano posso vencer o Tour de France”
A primeira oportunidade de Contador integrar a Movistar Team aconteceu em 2006, quando a equipe ainda se chamava Caisse d’Epargne. Na época, a Astana-Liberty Seguros enfrentava dificuldades, abrindo caminho para que o jovem madrilenho recebesse propostas de diversas equipes, incluindo T-Mobile, Discovery, Rabobank e a própria Caisse d’Epargne.
“Encontrei-me com José Miguel Echavarri (diretor da equipe ao lado de Unzué) e nem chegamos a falar sobre valores”, relembra Contador. Ele admite que, aos 23 anos, sua confiança era incomum. “Disse a ele: ‘Você já tem um líder, que é Alejandro Valverde, mas acredito que no próximo ano posso vencer o Tour de France’”.
1º Tour de France em 2007
O tempo, porém, provou que ele estava certo: em 2007, vestindo as cores da Discovery Channel, Contador venceu o Tour de France, o seu primeiro Grand Tour da carreira. “Quando ele me deu os parabéns, Echavarri me disse que lembrava do que eu tinha dito como se fosse ontem”, revelou o ex-ciclista com um sorriso.
A segunda tentativa em 2010
A segunda oportunidade de Contador integrar a Movistar surgiu em 2010, quando a marca assumiu o patrocínio principal da equipe. Naquele momento, Contador estava encerrando seu contrato com a Astana, e a Movistar viu na sua contratação uma oportunidade estratégica.
“Eles estavam interessados, mas no final acabei indo para o Saxo Bank”, explica. Apesar de não ter ingressado na Movistar, Contador continuou acumulando títulos, incluindo mais três Grand Tours.
Contador reconhece que a Movistar tinha uma equipe competitiva e que, esportivamente, sua presença poderia ter sido benéfica para ambas as partes. “Seria interessante lutar por Grand Tours com o apoio de uma equipe espanhola e da estrutura da Movistar”, admite.
Contudo, ele também destaca os benefícios de ter competido em equipes estrangeiras. “Estar fora me permitiu enxergar o ciclismo de forma mais global, algo que até hoje me ajuda em nível empresarial.”
Conflito com diretor da Movistar?
Apesar de admitir que a parceria poderia ter dado certo, Contador não esconde que ele e Eusébio Unzué poderiam ter entrado em conflito. “Claro que talvez Unzué e eu tivéssemos entrado em conflito um pouco”, avisa com um sorriso, sem esconder as suas divergências com o diretor geral da Movistar Team.
“Sou bastante… (gesticula buscando a palavra) quadrado. Analiso tudo, escuto e, se vejo que algo precisa ser feito de uma maneira, é difícil aceitar o contrário”, finalizou Alberto Contador.