Campeão do UAE Tour desanimado para o duelo com Tadej Pogacar “normalmente tudo o que vejo é a bunda dele, ficarei feliz com o 2º lugar”
Exatamente um ano atrás, Lennert Van Eetvelt (Lotto) ainda era um talento jovem e relativamente desconhecido. No entanto, tudo mudou após sua participação no UAE Tour. O belga, então com 22 anos, conquistou a vitória geral da competição após um desempenho impressionante na subida de Jebel Hafeet (9,5 km a 7,5%).
Agora, ele se prepara para uma nova edição da corrida, onde dividirá a coletiva de imprensa com Tadej Pogacar (UAE Team Emirates-XRG), antes de enfrentá-lo na estrada a partir desta segunda-feira na 7ª edição do UAE Tour.
“Em uma corrida com Pogacar, todo o resto fica no gruppetto. Você permanece correndo. Mas não mais para vencer”, afirmou Van Eetvelt ao Het Nieuwsblad.
“Vai ser estranho, nunca troquei uma palavra com ele”
Quando questionado sobre se sente nervosismo antes da corrida, Van Eetvelt respondeu de forma tranquila: “Antes de segunda-feira, quando começa a corrida? Não diretamente.”
No entanto, ao perceber que estará ao lado de Pogacar na coletiva de imprensa, admitiu: “Ah! Isso vai ser estranho, sim. Depois da minha vitória no ano passado, suspeito que ele saiba meu nome, mas nunca troquei uma palavra com ele. Agora não só estou ao lado dele na largada, mas também tenho que tentar competir com ele. Um pouco estranho.”
“Pogacar venceu 6 dos 5 confrontos com Van Eetvelt”
Ao ser perguntado sobre quantas vezes já competiu contra Pogacar, ele estimou: “Não muito, eu acho. Cinco ou seis vezes? Acho que ele venceu todas essas competições também”, completou o belga.
Quase certo. Ele enfrentou o esloveno em 6 corridas de um dia, incluindo duas edições da Il Lombardia, Strade Bianche, Flèche Wallonne, Jaén e Tre Valli Varesine. Pogacar venceu todas, exceto a última, em 2023, onde o esloveno finalizou na 5ª posição e Van Eetvelt na 53ª.
“Ele riu dos companheiros de equipe”
“Esses números não me surpreendem. Toda vez que você corre contra ele, ele pedala muito rápido. Eu até o ouvi rir alto uma vez. Naquela clássica de cascalho na Espanha, Jaén, ele imediatamente deixou sua equipe forçar o ritmo no primeiro setor. 10 minutos de duração, super difícil. No final, restavam no máximo 20 ou 30 ciclistas”.
“Depois disso, ele riu dos companheiros de equipe. Que estavam facilitando muito para ele e que ele já tinha certeza da vitória. Atenção: naquela momento ainda faltavam 120 km. Não muito tempo depois ele simplesmente foi embora sozinho”.
“E é assim que acontece sempre. Eles estão dirigindo muito rápido, todo mundo está se descontrolando lentamente, e ele está sentado em uma poltrona e rindo disso.”
“Normalmente, tudo o que vejo é a bunda dele”
Sobre a falta de interação com Pogacar, Van Eetvelt reconheceu que isso se deve ao ritmo impressionante do esloveno: “Normalmente, tudo o que vejo é a bunda dele. Em algum momento ele vai embora e então é hora dos livros. É muito estranho correr quando ele está por perto”.
“Pidcock disse isso bem depois da Strade do ano passado: ele teve a sensação de estar no gruppetto o dia todo. Com Pogacar por perto, como ciclista você sempre tem a impressão de que não está indo bem. Você corre, mas mais por diversão do que para vencer. O primeiro lugar já erai. Você vê a queda moral de todos quando eles começam.”
“Eu ficaria muito feliz se pudesse terminar em segundo”
Para o UAE Tour, Van Eetvelt adota uma postura realista, mas determinada: “Eu ficaria muito feliz se pudesse terminar em segundo. Bom, nunca se sabe. Ele também pode estar tendo um dia ruim ou ainda não estar no seu melhor.”
Após uma breve pausa, ponderou: “Embora eu duvide muito disso. De qualquer forma: vou com tudo e quero tentar correr como se ele não estivesse lá”, finalizou Lennert Van Eetvelt.
