Campeões da Paris-Roubaix falam sobre peso de Tadej Pogacar “estamos falando do melhor ciclista do mundo”
Tadej Pogacar vencerá a Paris-Roubaix no próximo domingo? Ou seu peso corporal mais leve, pode ser um obstáculo nos desafiadores paralelepípedos da clássica francesa? O jornal belga Het Nieuwsblad ouviu ex-vencedores da prova – dos mais leves aos mais pesados – para saber se o fenômeno esloveno pode triunfar mesmo em um dos terrenos mais hostis do ciclismo profissional.
Tadej Pogacar pesa 7 quilos abaixo da média dos vencedores
Historicamente, a Paris-Roubaix tem sido dominada por ciclistas mais robustos. O peso médio dos vencedores, de acordo com o Pro Cycling Stats, gira em torno de 73 kg desde a década de 1960. Tadej Pogacar, com aproximadamente 66 kg, estaria 7 abaixo dessa média.
Magnus Bäckstedt, campeão da edição de 2004 e que pesava cerca de 30 kg a mais que Pogacar na época, acredita que não. “Com os pneus de hoje isso é possível”, afirmou. “Costumava haver uma percepção de que Roubaix favorecia ciclistas mais pesados, mas recentemente vemos ciclistas mais leves se saindo bem.”
Bäckstedt lembra: “Na manhã anterior à largada eu pesava 95 kg. Depois do final, provavelmente havia 1 kg de suor perdido.”

“Estamos falando do melhor ciclista do mundo”
Johan Vansummeren, vencedor da edição de 2011, com 76 quilos e 1m97 de altura, também se mostra otimista quanto às chances do esloveno. “Você não precisa necessariamente ser pesado nos paralelepípedos, você tem que ter uma grande engrenagem”.
“Nairo Quintana não consegue fazer isso, Pogacar consegue. Estamos falando do melhor ciclista do mundo, ao lado ou abaixo de Eddy Merckx. Ele consegue fazer um Contrarrelógio plano a 53 km/h.”
Entre os campeões da Paris-Roubaix, o mais leve oficialmente foi Bernard Hinault, que venceu a edição de 1981 pesando 62 quilos, 4 quilos menos que o de Tadej Pogacar.

“Ele vai quicar um pouco mais do que ciclistas mais pesados”
Outro que venceu mesmo estando abaixo dos 70 quilos foi Servais Knaven, campeão em 2001 com 68 quilos. Ele também acredita em Pogacar.
“Pogacar também pode entregar potência suficiente no plano. No domingo, no Tour, ele fica à frente depois do Paterberg, onde havia vento contrário quase o tempo todo. Claro, agora estamos falando de paralelepípedos que estão em más condições”.
“Ele certamente vai quicar um pouco mais do que ciclistas mais pesados, mas no Tour, por exemplo, nunca o vi ter problemas em etapas de paralelepípedos. Não estamos falando de um ciclista pesando cinquenta quilos.”

“Os ciclistas agora usam pneus de 30 mm, nós 23mm”
Além do talento, o equipamento moderno pode ser um fator-chave a favor de Pogacar. Bäckstedt reforça: “Com os pneus e rodas de hoje, isso deve ser possível.” Já Knaven detalha as melhorias: “Os ciclistas agora andam com pneus sem câmara de 30 mm de largura. Isso é algo diferente dos nossos pneus de 23 milímetros do passado. Esses pneus largos fazem muito pelo amortecimento.”