Alberto Contador abre o jogo sobre contrato, “ou corria com uma bicicleta mais lenta ou perdia o contrato”, assista os vídeos

Já se passaram 8 anos desde que Alberto Contador lançou um ataque memorável no Alto do l’Angliru, durante a Vuelta a España de 2017, garantindo a última vitória de sua carreira profissional. Aquele momento não apenas encerrou seu percurso como ciclista de elite, mas também marcou o início de uma segunda vida no ciclismo para o madrilenho.

Desde então, Contador passou a integrar a equipe de comentaristas da Eurosport, criou uma equipe profissional ao lado do ex-ciclista Ivan Basso e fundou a Aurum, sua própria marca de bicicletas. Segundo ele, a missão era clara: criar bicicletas que ele gostaria de ter usado quando ainda estava em atividade.

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Contador com sua própria marca de bicicletas

“O desempenho era pior do que a bicicleta anterior”

Em uma entrevista recente durante a 100ª edição do podcast “Fred’s Cycling Obsession”, Contador abriu o jogo sobre os problemas que enfrentou ao longo da carreira com algumas marcas de bicicletas. “Já tive meus desentendimentos com algumas marcas de bicicletas”.

“Não vou mencionar qual, mas lembro que antes do Tour recebíamos o novo modelo, testávamos e eu dizia: ‘Ei, isso não funciona bem, não é rápido’”, revelou.

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Alberto Contador ao vencer sua última corrida, na Vuelta a España 2017

Sem citar nomes, o ciclista compartilhou uma história particularmente curiosa com um modelo novo que foi forçado a utilizar:
“Notei que o desempenho era pior do que a bicicleta do ano anterior, e a resposta que me deram da marca foi algo como: ‘Alberto, este modelo tem um design diferente, agora toda a fiação é interna, enquanto no anterior era externa…'”

“E eu respondi: ‘Sim, será mais estético ou moderno, mas a bicicleta é mais lenta’. Então, literalmente, me disseram: ‘Estamos cientes, mas é preciso competir com ela'”, afirmou Alberto Contador.

“Cheguei a furar as minhas sapatilhas, para torná-las mais leves”

A frustração do espanhol era ainda maior diante da obsessão com os detalhes que ele mantinha em sua preparação:
“Eu não entendia como eles esperavam que eu corresse com uma bicicleta que eles sabiam que tinha um desempenho abaixo do esperado, quando eu estava cuidando de cada pequeno detalhe”.

“Me esforcei muito para tapar os buracos do capacete para melhorar a aerodinâmica, para tapar os peitorais para que oferecessem menos resistência ao vento, cheguei a furar as solas dos meus sapatos para torná-los mais leves… E então me colocaram em uma bicicleta que era claramente mais lenta.”

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“Ou você corre com o novo modelo ou seu contrato será cancelado”

Contador relembra que no Giro d’Italia teve maior liberdade para escolher o modelo com o qual se sentia mais confortável:
“No Giro d’Itália, me permitiram usar o modelo anterior, mesmo que o novo já estivesse no mercado. Mas quando chegou a vez do Tour, me disseram ‘ou você corre com o novo modelo ou seu contrato pessoal e o contrato da equipe com a marca são cancelados’. E eu não tive escolha a não ser aceitar.”

Esse episódio teria ocorrido, segundo o próprio Contador deixou implícito, durante as temporadas de 2011 ou 2015, quando corria pela Saxo Bank.

Assista a entrevista completa

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