Vuelta a España enfrenta polêmica após exclusão de time espanhol e reage à manifestação pública da equipe

A organização da Vuelta a España, liderada por Javier Guillén, enfrenta uma onda de críticas após a divulgação das equipes convidadas para a edição deste ano.

Um dos principais focos da insatisfação é a exclusão da equipe espanhola Kern Pharma, que brilhou em 2024 com três vitórias de etapa conquistadas por Pablo Castrillo e Urko Berrade.

“Estamos profundamente decepcionados por não retornarmos à Vuelta depois do que aconteceu em 2024. Obrigado por todo o apoio e mensagens de incentivo”, declarou a equipe logo após o anúncio da lista de participantes.

“Temos que fazer uma escolha”, diz Guillén

Diante da polêmica, a mídia espanhola Mundo Deportivo procurou Javier Guillén para entender os critérios da seleção. Segundo ele, embora a organização tenha tido a possibilidade de convidar três equipes, a decisão final cabe exclusivamente aos responsáveis pela prova.

“No final, você tem que fazer uma escolha”, afirmou o diretor da Vuelta. “No início, podíamos convidar duas equipes, mas no final se tornaram três. Como isso seria feito fica a critério do organizador. Acho que está claro que a Vuelta está apostando no ciclismo espanhol.”

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Equipo Kern Pharma venceu 3 etapas da Vuelta 2024

A polêmica escolha da Q36.5 em detrimento da Kern Pharma

Apesar da justificativa de foco no ciclismo nacional, uma das decisões que mais causou estranheza foi o convite à equipe suíça Q36.5 Pro Cycling, que conta com o britânico Tom Pidcock. A preferência por uma equipe estrangeira em vez da espanhola Kern Pharma levantou questionamentos, mas Guillén respondeu de forma direta.

“Os times espanhóis estão bravos por não poderem ir à Vuelta, mesmo sendo espanhóis. A Q36.5 tem um ciclista extraordinário, mas ninguém percebeu que também tem cinco espanhóis”.

“Preferimos isso aos times espanhóis que só selecionam estrangeiros”

“No final das contas, também temos que levar em conta uma equipe estrangeira que depende de cinco espanhóis e que pode oferecer a qualidade de um Pidcock. Preferimos isso aos times espanhóis que só selecionam estrangeiros.”

Ainda assim, o argumento é controverso, considerando que a Kern Pharma apresentou, na edição passada, uma formação composta exclusivamente por ciclistas espanhóis.

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Segundo Guillén, Tom Pidcock terá o apoio de 5 espanhóis na próxima Vuelta a España

Guillén critica reação pública da Kern Pharma

A equipe Kern Pharma não escondeu sua insatisfação, o que, aparentemente, não agradou a organização. Guillén, porém, relembrou casos anteriores e tentou minimizar a situação.

“A insatisfação da equipe é completamente compreensível. A única diferença é que a Caja Rural e a Burgos (equipes espanholas que não foram selecionadas no ano passado) não tornaram isso público no ano passado”.

“Eles têm todo o direito, assim como La Vuelta tem todo o direito, de não concordar com certas decisões. No final, é a mesma velha história: algumas pessoas são muito felizes, outras são muito tristes. Nem todos reagem da mesma forma e o Euskaltel (equipe espanhola que também não foi selecionada este ano) também não reagiu”, concluiu o espanhol.

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