A partir de 2019, o tramadol, apesar de não estar oficialmente classificado como uma substância de dopagem (o que será efetivo a partir de 1º de janeiro de 2024), passou a estar sujeito a dívidas pela União Ciclística Internacional (UCI). Mesmo não sendo reconhecido como um aprimorador de desempenho, a sua utilização pode acarretar em efeitos adversos para a saúde e segurança dos ciclistas durante as competições. Portanto, a UCI implementou medidas punitivas com o propósito de desencorajar a sua utilização.
Em agosto de 2022, o incidente envolvendo Nairo Quintana despertou interesse, quando a União Ciclística Internacional (UCI) comunicou a ele sobre seu teste positivo para Tramadol em duas etapas separadas do Tour de France. As medidas disciplinares aplicadas incluíram a sua desqualificação do evento, a retirada dos pontos UCI conquistados e a imposição de uma penalização financeira.
Curiosamente, um documento veio à tona revelando que 57 amostras de ciclistas profissionais concorrentes testaram positivo para Tramadol somente em 2022, o mesmo ano em que Quintana foi sancionado. Surpreendentemente, a UCI agiu apenas contra o ciclista colombiano e o ucraniano Mykhalo Kononenko, enquanto os outros 55 pilotos não receberam notificações ou sanções da organização.
Raul Banqueri, um dos principais jornalistas colombianos, apontou o curioso contraste neste caso. “Em 2016, 6,5% das amostras antidoping continham Tramadol. Essa substância está proibida desde 1º de março de 2019. Entre as 57 amostras positivas em 2022, apenas 2 ciclistas foram sancionados: Nairo Quintana e Mykhaylo Kononenko. Não sabemos o quê aconteceu com o resto das amostras positivas.”
Na Colômbia o meio do ciclismo está se perguntando…É possível que tenha havido uma maior atenção em Nairo Quintana? Porquê?