Egan Bernal fala sobre a postura da UAE Emirates na fuga com Isaac del Toro “não tenho ideia do que eles faziam. Foi estranho”
O colombiano Egan Bernal está fazendo uma campanha sólida e animadora no Giro d’Italia, mostrando sinais concretos de recuperação após a grave lesão que sofreu em 2022.
Ocupando atualmente a 8ª colocação na Classificação Geral, Bernal está a 3 minutos e 38 segundos do líder Isaac del Toro, e a pouco mais de 2 minutos do terceiro lugar, ocupado por Juan Ayuso.
Ataque no Monte Grappa e atuação combativa da Ineos
Na 15ª etapa que aconteceu neste domingo, a INEOS adotou uma postura ofensiva na subida do Monte Grappa. O colombiano atacou perto do topo e formou a fuga com Richard Carapaz, Derek Gee, Isaac del Toro e Thymen Arensman. A ofensiva, no entanto, foi neutralizada por um forte trabalho de perseguição da UAE Emirates-XRG.
Confira o momento exato da fuga
“Não tenho ideia do que eles estavam fazendo. Foi um pouco estranho”
Apesar da boa composição da fuga, a colaboração não foi plena, com destaque para a postura de Del Toro, que pouco contribuiu na frente.
“Eu tentei ir com tudo em Monte Grappa e, quando estava com Thymen, percebi que também era superbom. Com Richard, se ele tiver pernas, ele é um daqueles ciclistas que ajudam, então é bom ir com um cara como ele”, afirmou Bernal em entrevista ao Cyclingnews.
“Estávamos apenas colaborando, mas parecia que o outro grupo estava indo muito forte, porque, na verdade, eu sentia que estava descendo como uma pedra, fiquei até com um pouco de medo na descida.”
Houve um pouco de discórdia no grupo, com o líder Del Toro não colaborando muito, mas entende que o trabalho da UAE foi o responsável pela neutralização da fuga.
“Não tenho ideia do que eles estavam fazendo. Foi um pouco estranho, mas eles têm seus motivos, então não tenho ideia.”
Arensman e Bernal chegaram a reclamar com Del Toro a falta de cooperação
“Corri com dores nas costas durante toda a minha carreira”
Além do desempenho técnico, o Giro também marca uma vitória pessoal para Bernal. “Corri com dores nas costas durante toda a minha carreira. Lembro que sentia dores nas costas desde criança”.
“Desde o ano passado, depois da cirurgia para remover a hérnia, tenho gostado de pedalar e este é o primeiro Grand Tour que faço sem dor”, revelou.
“Depois de três anos no gruppetto durante toda a corrida, finalmente consigo fazer algo, consigo movimentar a corrida e sinto que estou contribuindo com algo para a minha equipe”.
“Estou feliz por estar de volta e, com certeza, para o futuro, acho que esta corrida me dará algo a mais. Não sabemos qual será o resultado, mas com certeza será um grande passo.”

“Com Roglic, honestamente, não sei o que aconteceu”
“Com Roglic, honestamente, não sei o que aconteceu. A última subida não foi muito íngreme, mas foi uma daquelas subidas em que, se você cair, pode perder muito tempo”.
“Na verdade, nos últimos metros eu estava com um pouco de dificuldade, foi muito difícil manter o ritmo com os grandões, mas acho que fizemos bem em tentar. Somos a INEOS, temos que fazer algo com certeza.”
Bernal, mais do que resultados imediatos, valoriza o progresso conquistado etapa após etapa. Seu retorno entre os melhores do pelotão já é, por si só, uma grande vitória.
