Bjarne Riis critica a Visma -Lease a Bike “tenho medo que a equipe de Vingegaard não seja forte o suficiente”
O campeão do Tour de France de 1996 e atual comentarista do canal dinamarquês BT, Bjarne Riis, fez uma análise direta e crítica sobre as chances de Jonas Vingegaard conquistar seu 3º título no Grand Tour francês.
Para Riis, o questão não se restringe apenas o talento do dinamarquês, mas principalmente ao suporte da Visma-Lease a Bike, diante de uma poderosa UAE Emirates-XRG de Tadej Pogacar.

“A Visma de Vingegaard foi derrotada pela UAE de Pogacar”
“As duas vitórias de Jonas Vingegaard no Tour foram baseadas em um forte trabalho de equipe antes de ele enfrentar Tadej Pogacar”, relembra Riis, destacando as conquistas de 2022 e 2023. No entanto, o cenário atual é, segundo ele, bastante diferente.
“No ano passado, a Visma de Vingegaard foi derrotada pela forte UAE Emirates de Tadej Pogacar e este ano isso pode muito bem acontecer novamente”, afirma o campeão.

“Tenho medo de que a equipe de Jonas não seja forte o suficiente”
“Tenho muito medo de que a equipe de Jonas não seja forte o suficiente. Sepp Kuss, e seja lá quem for m chamado, precisa se destacar”, alerta Riis, demonstrando ceticismo quanto ao desempenho recente dos principais escudeiros do bicampeão.
“Se você olhar apenas para a vitória mais recente de Vingegaard no Tour, em 2023, seus colegas estavam em um nível completamente diferente”, aponta Riis. Naquele ano, a Visma viveu uma temporada histórica, vencendo o Tour, o Giro e a Vuelta, essa última com Sepp Kuss.

“Sepp Kuss é uma decepção. Ponto final”
Contudo, Riis vê um declínio desde então. “Sepp Kuss (que venceu a Vuelta em 2023, ed.) tem estado quieto desde então. Ele é uma decepção. Ponto final. No geral, a Visma não tem se saído muito bem. O melhor resultado da Visma nas últimas temporadas é o segundo lugar de Jonas no Tour.
Além das críticas à performance, Riis também aponta falhas estratégicas da equipe. “Os outros não entregaram nada nas clássicas. É por isso que estou preocupado. Eles venceram o Giro com Simon Yates, mas conquistaram o título após um erro da UAE. Foi um desastre de gestão.”

“Eu realmente apostaria com vento cruzado se fosse o Pogacar”
Em relação à estratégia, Bjarne Riis não tem dúvidas sobre o que faria se estivesse no lugar de Pogacar. “Eu realmente apostaria com vento cruzado se fosse o Pogacar. Se você não tiver quilômetros de corrida, como o Jonas, isso pode afetar sua capacidade de se posicionar corretamente. Algo pode faltar quando há vento cruzado, e isso se torna técnico, tático e estressante”.
Além disso, ele levanta uma preocupação sobre o estado psicológico de Vingegaard após o grave acidente sofrido no início da temporada: “O que Vingegaard mais teme é cair. Aí você se torna um pouco mais cuidadoso, e ele e a equipe precisam estar atentos. Não há espaço para esse medo no Tour de France.”

“Cala a boca Bjarne, estou no controle”
Apesar do tom crítico, Riis encerra sua análise deixando espaço para que Vingegaard prove o contrário. “Claro, também pode ser que Jonas diga ‘cala a boca, Bjarne, estou no controle’. Mas é assim que eu vejo”, finaliza Bjarne Riis
Com a largada do Tour de France cada vez mais próxima, os olhos do mundo do ciclismo se voltam para a batalha tática e física entre Vingegaard e Pogacar — e para o papel fundamental que cada equipe terá nessa disputa épica.