Eddy Merckx completa 80 anos, exalta Tadej Pogacar e lança um desafio ao esloveno: “ele me traz de volta o que eu tentava fazer em cada corrida”
O belga Eddy Merckx, amplamente considerado o maior ciclista de todos os tempos, celebrou nesta semana seu aniversário de 80 anos com reflexões sobre o ciclismo atual e, em especial, sobre Tadej Pogacar, a quem vê como o legítimo herdeiro de sua mentalidade vencedora.
“O que eu gosto em Pogacar é que ele realmente tenta vencer”
Em entrevista ao jornal belga Le Soir, publicada nesta terça-feira, Merckx destacou o que mais o impressiona no esloveno: sua busca constante pela vitória.
“O que eu gosto em Pogacar é que ele realmente tenta vencer, nunca se detém. Ele vai atrás da vitória, e isso é bom. Às vezes, isso me lembra do que eu tentava fazer”, disse o belga.
Merckx não hesita em apontar Pogacar como o principal nome do ciclismo atual. “Para mim, Pogacar é claramente o cara a ser batido. O que vi na primavera foi impressionante”, afirmou.
“Nas altas montanhas, acompanhar o campeão mundial não será fácil”
“Espero que Vingegaard esteja melhor do que no início do ano. Ele não estava em ótima forma antes do acidente em Paris-Nice. E Remco, que não correu muito devido ao acidente em dezembro, pode ter algumas reservas e descanso. Mas nas altas montanhas, acompanhar o campeão mundial não será fácil.”
Merckx vê em Pogacar um elo com sua própria filosofia de correr sempre para vencer. “O ciclismo está mudando; correr e vencer são feitos de forma diferente. Também é respeitável, mas não é o mesmo estilo. Essa abordagem mais estratégica ilustra a evolução do esporte”, observou.
E essa diferença só reforça sua admiração pelo esloveno. “É por isso que gosto de Pogacar. Ele ataca mais do que esperamos. Assisto praticamente todo o ciclismo que passa na televisão, e gosto de vê-lo correr.”
Merckx faz um desafio a Pogacar: bater o recorde da hora
A celebração dos 80 anos de Merckx também foi ocasião para um desafio: o belga sugeriu que Pogacar e seus rivais se inspirem nos grandes nomes do passado e tentem bater o recorde da hora, feito que ele próprio conquistou em 1972.
“O recorde da hora era uma meta. Minha carreira não estaria completa sem ele. No final de 72, eu estava me sentindo um pouco cansado e fora de forma, mas depois de semanas de preparação específica na Itália, me recuperei”.
“Cruzamos o Atlântico até o México. Tudo correu bem (49,431 km). Mas sofri muito. Depois desse esforço, mal consegui andar por uma semana”, recordou Merckx.
Entre os nomes atuais, Merckx admite que não sabe quem estaria mais próximo de quebrar o recorde. “O esloveno é o melhor, o mais completo. E Remco tem uma aerodinâmica incrível. Seria ótimo se eles ousassem encarar esse desafio”, concluiu.
