“A rivalidade de Tadej Pogacar e Jonas Vingegaard é mais fraca” lenda do ciclismo compara rivalidade com Miguel Induráin
Claudio Chiappucci, conhecido como “El Diablo”, é uma das figuras mais icônicas do ciclismo italiano e mundial. Em uma entrevista recente ao site Ciclismoaldia, o lendário rival de Miguel Induráin no início dos anos 1990, compartilhou reflexões sobre sua carreira e comparações entre o ciclismo de sua época e o atual. Ainda muito ativo nos meios de comunicação italianos, Chiappucci mantém opiniões claras sobre as mudanças no esporte ao longo das décadas.
Bicampeão da Classificação de Montanha do Tour de France
Chiappucci acumulou feitos impressionantes em sua trajetória. Ele venceu três etapas e conquistou duas vezes a Classificação de Montanha no Tour de France (1991 e 1992) além de terminar em 2º lugar em 1990 e 1992. No Giro d’Italia, também foi vice-campeão em duas ocasiões, ambas atrás de Miguel Induráin, em 1991 e 1992, além de vencer três vezes o prêmio de montanha do Grand Tour italiano.
No entanto, ele admite que foi prejudicado pelos longos Contrarrelógios, característicos dos Grand Tours da época, formato que favorecia ciclistas como Induráin.
Entre seus feitos mais memoráveis está a vitória na Milan-Sanremo de 1991, conquistada com um ataque de longa distância, um verdadeiro marco em sua carreira.
“Hoje a rivalidade Pogacar/Vingegaard é mais fraca”
Durante a entrevista, Chiappucci comentou sobre a rivalidade que manteve com Miguel Induráin e Gianni Bugno, destacando como essa dinâmica era diferente da vivida atualmente por Tadej Pogacar e Jonas Vingegaard.
Para ele, as rivalidades do passado eram mais intensas e abrangiam toda a temporada, ao contrário do que acontece hoje, onde a rivalidade entre as maiores estrelas dos Grand Tours, se resume basicamente ao Tour de France.
“É uma rivalidade diferente da minha com Induráin ou Gianni Bugno. Nós tínhamos uma rivalidade ao longo de toda a temporada, não apenas em momentos específicos. Clássicas, Grand Tours, Mundial. Nesses momentos, éramos os três rivais”.
“Hoje, a rivalidade é mais fraca, os ciclistas não seguem os mesmos programas. A rivalidade está apenas no Tour. Nós quase sempre competíamos nos mesmos eventos: Giro, Tour, Mundial, clássicas. Era uma temporada de rivalidade mais longa”.
“Ser rival a três é mais complicado que a dois. Eu competia com Miguel, com Bugno, e eles competiam entre si. Era uma verdadeira guerra de rivalidades”.
“Eu me dei melhor com Stephen Roche”
Chiappucci também mencionou companheiros de equipe que marcaram sua carreira, com destaque para Stephen Roche. Ele relembrou com carinho a relação com o irlandês, que evoluiu de líder a gregário ao longo do tempo.
“Com quem eu me dei melhor foi com Stephen Roche. Tivemos uma boa relação quando ele era o líder e eu, um jovem ciclista que estava começando. Depois, foi o contrário: ele se tornou meu companheiro e me ajudou muito enquanto eu era o líder. Esse foi um grande momento, de passar de gregário a líder de forma natural. Subindo montanhas, a experiência que ele tinha foi muito importante para mim”.
