No caleidoscópio do ciclismo de estrada, a Paris-Roubaix emerge como uma joia singular, uma saga anual que desafia os bravos nas estradas do norte da França, beirando a fronteira belga. Uma tradição que remonta a 1896, quando o pontapé inicial era dado em Paris, culminando em Roubaix, batizando assim a corrida. Em 1968, o ponto de partida mudou para Compiègne, a cerca de 60 km do coração parisiense, mantendo a chegada em Roubaix. Apelidada de “Inferno do Norte”, “Um Domingo no Inferno”, “Rainha das Clássicas” ou “La Pascale”, a prova faz parte do seleto calendário europeu e contribui para a hierarquia global da UCI. Uma tradição anual em meados de abril, orquestrada pelo grupo midiático Amaury Sport Organisation.
Paris-Roubaix, uma das corridas mais antigas da história do ciclismo de estrada, iniciou sua epopeia em 1896. Seus trechos pavimentados com paralelepípedos a posicionam como uma das clássicas do “calçamento”, ao lado de Ronde van Vlaanderen e Gent-Wevelgem. As bicicletas, adaptadas para enfrentar esse desafio singular, veem seus quadros e rodas moldados sob medida, enquanto pneus furados e contratempos mecânicos, frequentes nesse território hostil, muitas vezes decidem os destinos dos competidores.
Apesar do reconhecimento geral, ao longo dos anos, alguns dos grandes ciclistas viam a prova como uma espécie de desafio, dada suas condições desafiadoras. A Paris-Roubaix também coleciona controvérsias, com desqualificações de potenciais vencedores por uma variedade de razões.
O trajeto é preservado pelos “Les Amis de Paris-Roubaix”, um grupo de aficionados formado em 1983. Os “forçats du pavé” (prisioneiros do paralelepípedo) mantêm os trechos de pedras o mais seguros possível para os ciclistas, equilibrando cuidado e desafio na busca pela glória.
Apenas 2 ciclistas venceram 4 vezes a Paris-Roubaix:
- Roger De Vlaeminck (1972, 1974, 1975, 1977) – Bélgica
- Tom Boonen (2005, 2008, 2009, 2012) – Bélgica.
Ciclistas com 3 vitórias:
- Octave Lapize (1909, 1910, 1911) – França
- Gaston Rebry (1931, 1934, 1935) – Bélgica
- Rik Van Looy (1961, 1962, 1965) – Bélgica
- Eddy Merckx (1968, 1970, 1973) – Bélgica
- Francesco Moser (1978, 1979, 1980) – Itália
- Johan Museeuw (1996, 2000, 2002) – Bélgica
- Fabian Cancellara (2006, 2010, 2013) – Suíça