Após recusar convite da UAE Team Emirates, campeão nacional se nega a participar do AlUla Tour
A temporada de ciclismo de estrada de 2025 já começou, e muitos ciclistas estão na Arábia Saudita para o Tour de AlUla. Entre as equipes participantes está a Uno-X Mobility, mas um ciclista está ausente da escalação da equipe escandinava: Soren Waerenskjold, que se recusou a viajar para a Arábia Saudita por razões “morais e éticas”.
“É por causa dos direitos humanos”
Waerenskjold competiu na Arábia Saudita anteriormente, vencendo uma etapa da corrida em 2023 e 2024. Este ano, no entanto, o ciclista de 24 anos decidiu não participar da seleção da Uno-X Mobility. “Eu disse que não queria voltar, e a equipe respeitou isso”, explica ele em conversa com a TV2, de um acampamento da equipe em Mallorca.
“Se a equipe tivesse dito que eu tinha que ir, eu não teria tido voz ativa. Eles são os chefes. Mas, por minha parte, tentarei ficar do lado ‘certo’, por assim dizer”, justifica o norueguês.
“É por causa dos direitos humanos”, explica. “Há evidências de pessoas sendo capturadas e mortas por causa de suas opiniões políticas. Direitos dos gays, direitos das mulheres… há muitas questões”, complementa o atual campeão norueguês de Contrarrelógio.
Waerenskjold recusou convite da UAE Team Emirates
A recusa de participar em atividades relacionadas aos Emirados Árabes não é recente para Soren Waerenskjold. Em 2023, o ciclista renovou seu contrato com a UNO-X após receber uma oferta de diversas equipes, entre elas uma da equipe mais poderosa do mundo, a UAE Team Emirates, conforme revelou o próprio canal TV2.
O diretor esportivo da equipe, Mauro Gianetti, lamentou a recusa. “Estávamos interessados. Ele é um ciclista muito, muito bom. Vimos como ele pode ser um bom sprinter. É um ciclista impressionante e muito interessante”. Na ocasião o ciclista justificou a negativa, alegando que preferia escolher o “moralmente certo”.
“Eu sei que os noruegueses não são tão fãs dos Emirados e coisas assim. Claro, isso desempenhou um papel. Seria preferível escolher o salário moral e eticamente correto e não escolher o salário acima de tudo, disse Wærenskjold na ocasião.
“Eu sou apenas um simples ciclista”
“Se você tem a oportunidade, acho que é positivo se distanciar um pouco. Mas então você tem a ASO, que é uma organizadora muito grande, que tem muitos negócios por lá, então rapidamente se torna um pouco complicado”, continuou Waerenskjold.
“Eu sou apenas um simples ciclista que pode fazer uma escolha simples. Mudanças sistemáticas são difíceis de alcançar. E eu realmente não acho que meu distanciamento disso tenha algum efeito”, finalizou Soren Waerenskjold.
