Bicampeão Mundial critica utilização de medidores de potência “hoje é tudo em números, corro por instinto, farei isso até parar”
Após 11 temporadas na Soudal Quick-Step, onde sagrou-se Bicampeão Mundial (2020 e 2021), Julian Alaphilippe está pronto para encarar um novo desafio em sua carreira. O francês, de 32 anos, integra agora a formação suíça Tudor Pro Cycling, liderada por Fabian Cancellara, e permanece com grandes ambições.
Durante o media day da equipe, em conversa com o jornal belga Het Nieuwsblad, Alaphilippe compartilhou suas expectativas para 2025, explicou sua mudança e o desejo de conquistar novos feitos.
“Segui completamente meus sentimentos”
A mudança de Alaphilippe para a Tudor Pro Cycling representa uma transição significativa em sua carreira. Para ele, o fato de a equipe não estar no WorldTour não foi um fator decisivo.
“Honestamente: WorldTour ou não, isso nunca passou pela minha cabeça. Eu segui completamente meus sentimentos”, explicou o francês.
A decisão de abraçar o projeto de Cancellara, segundo ele, foi pautada por um desejo pessoal de encontrar uma estrutura que atendesse suas expectativas.
“Eu me perguntei: ‘O que eu quero?’ E isso significa desfrutar do ciclismo em uma boa estrutura. O projeto da Tudor realmente corresponde ao que desejo. Por enquanto está tudo indo bem e estou feliz. Estou convencido de que este foi o momento certo para dar este passo. Eu precisava de uma nova motivação.”
“Quero continuar tentando vencer o Tour de France”
Apesar de seu extenso currículo, Julian Alaphilippe continua focado em conquistar novos triunfos. Ele deixou claro que ainda há corridas que o motivam profundamente.
“Amstel, Liège, Lombardia, etapas do Tour… são as corridas que me motivam. E o Tour de Flandres continua a ser um sonho. É muito difícil para mim vencer o Tour, sei disso, mas quero continuar tentando.”
O francês divulgou também seu programa inicial de competições para a temporada 2025. Alaphilippe iniciará sua temporada em Portugal, na Figueira Champions Classic (19.02), seguindo para a Volta ao Algarve (19.02) e finalizando seu calendário inicial na Paris-Nice (09.03).
“Hoje tudo gira em números, adoro correr por instinto e vou fazer isso até parar”
Julian Alaphilippe também reforçou que continuará fiel ao seu estilo de competir, longe de abordagens extremamente científicas que vêm dominando o ciclismo moderno.
“Não, não. Velha escola. Faço hoje da mesma forma que fazia há dez anos. Eu não vou mudar isso. Hoje em dia tudo gira cada vez mais em números, mas ainda adoro correr por instinto. E vou fazer isso até parar.”
Ele critica a obsessão por dados e métricas que tem tomado conta do esporte: “Você pode quebrar todos os tipos de recordes, mas o mais importante ainda é como você se sente na bicicleta. E, claro, os resultados que você alcança”.
“Às vezes vejo ciclistas olharem imediatamente para o computador após uma corrida. Eles não se importam com o quão longe terminaram ou como foi a corrida. Se eles quebraram recordes de potência, estão felizes. Não é isso que significa andar de bicicleta para mim”, finalizou Julian Alaphilippe.
