Mathieu van der Poel poderá conquistar sua 3ª vitória consecutiva na Paris-Roubaix no próximo domingo, mas não é todo mundo que aprova suas estratégias para a clássica.
Tom Boonen, lenda belga com 4 títulos da prova no currículo, criticou duramente a escolha de Van der Poel em trocar de bicicleta durante a corrida — uma tática que o holandês já usou anteriormente, inclusive na vitória do ano passado.
Mathieu van der Poel deve trocar de bicicleta
Vencedor em 2005, 2008, 2009 e 2012, Boonen sabe como poucos o que é preciso para triunfar na famosa “Inferno do Norte”.
Durante sua participação no podcast Wielerclub Wattage, do canal belga Sporza, o ex-ciclista se mostrou bastante cético quanto à mudança do equipamento que Van der Poel, que conforme informações extra oficiais, deve repetir nesta edição da prova.

“Já vi isso acontecer 15 vezes na Paris-Roubaix”
No ano passado, Van der Poel iniciou a corrida em Compiègne com uma bicicleta equipada com pneus de menor resistência ao rolamento e maior pressão.
A troca ocorreu após cerca de 100 km, pouco antes do primeiro setor de paralelepípedos, quando o terreno exige pneus mais largos e com menor pressão. Para Boonen, porém, a manobra é desnecessária e cheia de riscos.
“Já vi isso acontecer 15 vezes na Paris-Roubaix e nunca vi alguém se beneficiar de verdade. Os ciclistas acham que vão economizar energia nos primeiros 100 km, com uma bicicleta que rola melhor, mas isso não compensa”, afirmou.

“É muito estresse por 15 watts, os adversários não vão ficar parados”
O principal argumento de Boonen é o desequilíbrio que a troca pode causar no planejamento da corrida. Segundo ele, o momento da troca é sempre delicado: se for cedo demais, perde-se a vantagem da bike mais rápida; se for tarde demais, corre-se o risco de não alcançar os líderes antes da entrada nos trechos decisivos de paralelepípedos.
“É muito estresse só para economizar 15 watts”, disparou Boonen. E foi além: “Os adversários não vão ficar parados. Eles vão observar quando Van der Poel trocar de bicicleta, e vão manter o ritmo alto para que ele tenha que se esforçar ao máximo para voltar ao pelotão.”