Campeão francês deixa a Movistar e critica duramente a equipe: “Não era nada do que eu esperava, fiquei decepcionado”
Rémi Cavagna teve um ano de 2024 muito aquém das expectativas na Movistar. O ciclista francês, que brilhou na Soudal Quick-Step entre 2017 e 2023, onde conquistou uma etapa na Vuelta a España e se destacou no contrarrelógio, espera recuperar sua melhor forma agora com a Groupama-FDJ.
Em entrevista ao site francês DirectVelo, Cavagna, Campeão Francês de Contrarrelógio em 2023, não escondeu seu arrependimento pela passagem na equipe espanhola.
“Não era nada do que eu esperava. Fiquei decepcionado”
Cavagna admitiu que estava ansioso para iniciar sua nova temporada e deixar 2024 para trás. “Deixei 2024 já ficou para trás. Foi uma experiência ruim, correu mal. Eu queria muito me recuperar e não ficar nessa fase negativa. Foi por isso que decidi mudar de time”, afirmou o ciclista francês.
Cavagna iniciou respondendo, se sua passagem pela Movistar foi apenas um erro de escolha de equipe. “É um pouco de tudo. Acabei no lugar errado, não era nada do que eu esperava. Fiquei decepcionado com o que encontrei lá, mas também decepcionei a equipe, tenho que admitir”. “Estava fora de questão continuar, eu não tinha utilidade ali”.
“Estava fora de questão continuar, mesmo com contrato”
“Estava fora de questão continuar no time, mesmo que eu ainda tivesse contrato. Teria sido muito complicado. Eusebio (Unzué, gerente geral) foi compreensivo e aceitou meu pedido. De qualquer forma, foi melhor para a equipe também.
“Eu não tinha utilidade alguma ali. Apesar desta temporada muito difícil, agradeço a eles por concordarem em me liberar, não nos separamos em maus termos. Essa quebra de contrato foi benéfica para todos”.
“Nunca encontrei lá o apoio que esperava”
Sobre os motivos do fracasso na Movistar, Cavagna foi direto: “Nem tudo foi feito perfeitamente da parte deles, mas, novamente, a culpa também é minha. É 50-50. Não guardo rancor nem ressentimento. O problema era desportivo, físico, mental, relacional… Não me sentia bem na equipe”.
Nunca encontrei lá o apoio que esperava e tudo isso afetou rapidamente minhas emoções, até mesmo a pessoa que sou no dia a dia. Eu não era mais o mesmo corredor, perdi minha vontade, meu jeito habitual de correr. Eu não me reconhecia mais”.
O ciclista ainda explicou como isso afetou seu estilo de competição. “Sempre gostei de liderar sprints, pedalar forte para alcançar fugas ou partir para o ataque sozinho. Era isso que eu amava no ciclismo até então, mas me perdi. A maneira de fazer as coisas não me convinha. A única coisa benéfica foi aprender espanhol”, completou.
Novo capítulo na Groupama FDJ
Cavagna teve seu contrato rescindido e voltou para França, agora na Groupama FDJ e revela que estará no Tour de France. “Treinei mais forte do que nunca neste inverno”, disse Cavagna. “Isso foi necessário, porque nunca estive tão mal quanto no ano passado”.
“No Tour de France, será meu trabalho dar suporte aos líderes. Além disso, também posso ser útil aos nossos velocistas, como fiz no passado na Soudal Quick-Step.”
Cavagna começou sua temporada no último final de semana no GP de Marselha, onde cruzou a linha na 105ª colocação. Ele está atualmente na Etoile de Bessèges, onde Cavagna terminou a 1ª etapa em 46º.