CEO da Soudal Quick-Step critica proibição de fones de ouvido no pelotão “essa é uma ideia completamente ridícula”

A partir de 2025, a Union Cycliste Internationale (UCI) implementará uma série de mudanças no ciclismo profissional, incluindo a restrição ao uso dos fones de ouvido e um sistema de cartões amarelos, com a ideia de intensificar as penalidades para os ciclistas.

No entanto, esta medida não é unânime e gerou fortes discordâncias, como a de Patrick Lefevere, CEO da Soudal Quick-Step, de acordo com sua coluna no jornal Het Nieuwsblad.

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Multa é normalmente paga pela equipe

Lefevere, argumenta que já existem penalidades no ciclismo, como multas, deduções de pontos UCI, desclassificações e desqualificações. Para ele, o cartão amarelo poderia ser visto como uma punição intermediária entre uma simples multa e uma desclassificação.

“Com multas, deduções de pontos UCI, desclassificação e desqualificação, já existe uma ampla gama de sanções. Entendo que o cartão amarelo tem o direito de existir, como uma punição menos drástica que uma desclassificação, que pesa mais para o ciclista do que uma multa, que normalmente é paga pela equipe”, diz Lefevere.

Árbitros de ciclismo nunca competiram

Ele questiona quem será responsável por aplicar esses cartões amarelos, sugerindo que os atuais árbitros de competição não têm a experiência necessária para julgar adequadamente as infrações.

“Quem será o árbitro distribuirá os cartões amarelos? Os árbitros de competição, quase sem exceção, são compostos por pessoas que nunca competiram. Minha proposta é envolver ex ciclistas no processo de decisão, sobre qual comportamento realmente compromete a segurança”, sugere Lefevere.

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Segundo Lefevere, árbitros de ciclismo não terão condições de aplicar corretamente os cartões amarelos

Fones de ouvido: “Essa é uma ideia completamente ridícula”

Além da introdução do cartão amarelo, Lefevere contesta outra mudança nas regras da UCI: as restrições ao uso de fones de ouvido durante as corridas. Ele critica duramente essa proposta.

“Essa é uma ideia completamente ridícula. Traduza isso para o local de trabalho ‘normal’: um empregador não está autorizado a falar com o seu pessoal durante o desempenho do seu trabalho. A UCI então o empacota como medida de segurança”.

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Praticamente todos os ciclistas utilizam fones de ouvido no World Tour

“Que o rádio na parte traseira representa um perigo físico em caso de queda, até o momento. Mas você tira um instrumento com o qual pode informar os motociclistas sobre perigos inesperados na estrada”, argumenta Lefevere.

Ele levanta preocupações específicas sobre a segurança, questionando o que aconteceria se apenas dois ciclistas estivessem equipados com fones de ouvido e um perigo surgisse na estrada. “E se um carro entrar no percurso e seus dois ciclistas com fones de ouvido já estiverem fora do percurso por algum motivo? Absurdo, claro”, finaliza Lefevere.

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