Chris Froome lança a polêmica para reduzir acidentes “em breve ninguém utilizará coroa com menos de 60 dentes”
A segurança no ciclismo tornou-se um tema central após os trágicos acidentes fatais de Muriel Furrer e André Drege no Campeonato Mundial em Zurique e no Tour da Áustria, respectivamente, em 2024. Este cenário acendeu debates, sobre as responsabilidades de organizações como a UCI e dos próprios ciclistas.
Recentemente, o 4x vencedor do Tour de France, Chris Froome (Israel-Premier Tech) juntou-se à discussão, sugerindo que limitar a tecnologia pode se tornar uma “obrigação” para garantir a segurança no esporte.
“Poderia ser algo simples como limitar as acelerações”
Para Froome, a evolução do ciclismo está diretamente relacionado ao aumento dos perigos. Ele destacou que o desenvolvimento tecnológica resulta em corridas mais rápidas e intensas.
“Vemos que o esporte está indo cada vez mais rápido, e as corridas estão se tornando diferentes, com mais estresse, mais batalhas por posição e, infelizmente, vemos quedas mais graves como resultado”, afirmou Froome ao jornal italiano La Gazzetta dello Sport.
Froome também acredita que, em algum momento, será necessário discutir a limitação da tecnologia como forma de promover a segurança. “Isso poderia ser algo simples como limitar as acelerações”, sugeriu o britânico de 39 anos.
A polêmica limitação de dentes na coroa dianteira
Chris Froome defendeu a possibilidade de limitar a quantidade de dentes nas coroas dianteiras como uma medida de segurança.
“Não quero dizer que todo mundo tenha que usar marchas juniores, mas em 1 ou 2 anos não veremos ninguém entrando em uma corrida com uma coroa dianteira menor que 60 dentes, que atualmente você vê de vez em quando”
“Essa engrenagem pode impulsionar a uma velocidade que pode ultrapassar 80 km/h, enquanto você ainda pedala. Talvez 54 ou 56 devesse ser o limite, para limitar também a velocidade nas descidas”, complementou Chris Froome.
Essa ideia ganhou apoio de outros ciclistas, como Wout van Aert (Visma-Lease a Bike), que recentemente expressou opinião semelhante. “Acho que limitar o número de engrenagens tornaria o esporte muito mais seguro”, disse ele ao Sporza.
“É um problema maluco, porque queremos ir mais rápido”
Embora reconheça a importância das limitações tecnológicas para a segurança, Froome admite que essa abordagem vai contra o espírito de evolução do esporte.
“É um problema maluco porque há muito tempo tentamos descobrir como ir cada vez mais rápido a cada ano. Experimentamos aerodinâmica, nutrição, treinamento e acho que tudo está funcionando agora”, finalizou Chris Froome, que encerrará sua vitoriosa carreira ao final da temporada de 2025.