Ciclista da INEOS Grenadiers desabafa “estamos sendo ridicularizados, estou decepcionado”
O ciclista veterano Cameron Wurf (INEOS Grenadiers), o atleta mais velho no WorldTour em 2023 com 41 anos, trouxe à tona questões importantes sobre os desafios e as oportunidades de sua equipe no podcast Rich Roll.
Wurf abordou a difícil fase que a INEOS enfrenta, destacando os problemas que a equipe passou em 2024 e seu desejo de inspirar os pilotos mais jovens a reverter esse cenário.
“Nossos ciclistas estão sendo ridicularizados”
Em suas palavras, Wurf foi direto ao avaliar a temporada de 2024 como difícil para a equipe.
“É uma coisa complicada. As coisas não têm corrido bem nos últimos anos. Ainda há sucessos, mas comparado a vencer o Tour de France é visto como um fracasso.”
“Nossos ciclistas estão sendo ridicularizados e estou decepcionado com isso. Como equipe, temos que ver como podemos tirar o proveito máximo dos atletas”, declarou Wurf, ressaltando a importância de recuperar a prestígio da equipe.
“Precisamos romper com o passado”
Para Wurf, os desafios da INEOS vão além das dificuldades em competições; ele acredita que o modelo de preparação da equipe precisa de atualização. “Depois de tanto sucesso, você continua trabalhando da mesma forma, mas as outras equipes mudaram bastante na preparação”.
“Precisamos nos modernizar e romper com o passado. Com isto não quero dizer que devemos copiar, mas sim que devemos tentar liderar novamente,” afirmou o australiano, que deve encerrar sua carreira profissional, após 31 de dezembro.
Magnus Sheffield é o exemplo a ser seguido
Wurf destacou o jovem Magnus Sheffield como um exemplo positivo dentro da equipe, elogiando sua disposição para aprender e se aprimorar constantemente.
“Tomemos como exemplo Magnus Sheffield: ele está sempre lendo, aprendendo e se aprimorando. Nunca fiz nada assim, sempre me cerquei de pessoas que fizeram bem. Mas tenho certeza de que podemos reagir”, afirmou Wurf.
“Tom Pidcock se concentrou em outras coisas”
Cameron Wurf também abordou a trajetória de Tom Pidcock, que, apesar de seu grande potencial, direcionou seus esforços para outras conquistas fora do Tour.
“Tom se concentrou em outras coisas além de tentar vencer o Tour de France: ele agora, com sua idade, já ganhou o ouro nos Jogos Olímpicos pela segunda vez”, ressaltou Wurf.
Segundo ele, “a saída para a Q36.5, uma marca de roupas que pertence ao proprietário do fabricante de bicicletas Pinarello, poderia construir uma equipe em torno de Pidcock, seguindo um modelo semelhante ao da Alpecin-Deceuninck com Mathieu van der Poel”, finalizou Wurf.