Michael Matthews revela rotina de treinos com Tadej Pogacar “somos como crianças grandes que amam o que fazem”
Muito poucas pessoas conseguem acompanhar Tadej Pogacar quando ele está passeando de bicicleta, na região de Mônaco, onde reside. E menos ainda conseguem treinar com ele. “Poucas pessoas querem pedalar comigo, ou eu não quero pedalar com elas”, revelou o Campeão Mundial recentemente.
Uma das poucas pessoas que tem permissão para isso é o seu vizinho, o australiano Michael Matthews, vencedor da Classificação por Pontos no Tour de France 2017 e um dos 2 ciclistas que conseguiram superar Pogacar na última Milan-San Remo (o outro foi o vencedor Jasper Philipsen).
“’Bling’ aprecia como eu treino, e eu gosto de como ele treina. É por isso que frequentemente vamos juntos”, disse Pogacar, 26, ao podcast MyWhoosh recentemente.
“Acho que somos como crianças grandes que amam o que fazem”
Embora sejam rivais em algumas das maiores clássicas do ciclismo, Michael Matthews e Tadej Pogacar cultivaram uma amizade especial nos últimos anos com os dois chegando a compartilhar caronas para competições.
“Nós saímos para pedalar juntos após uma das corridas que disputamos e, simplesmente, nos conectamos. Às vezes você encontra pessoas com quem cria uma ligação imediata,” relembra Matthews em entrevista ao site Velo.
“Compartilhamos a paixão por andar de bicicleta e nos divertir, aproveitando todo o processo de treinar. Nós atacamos e competimos entre nós durante os treinos. Acho que somos como crianças grandes que amam o que fazem. Estamos muito felizes por poder fazer isso todos os dias, treinando da mesma forma e com os mesmos interesses.”
“Muitos têm treinos muito programados, nós apenas nos divertimos”
Ambos vivem na França e, quando não estão competindo, encontram-se frequentemente para treinar. Matthews, ciclista da Team Jayco AlUla, explica: “Quando estamos em casa, treinamos juntos quase todos os dias. Temos um estilo de treino parecido e somos bastante flexíveis no que fazemos”.
“Nunca tivemos receio de forçar demais e nos esgotar, seguimos o que sentimos no momento. Somos bem espontâneos, sem seguir roteiros rígidos. Muitos profissionais têm treinos muito programados, mas nós apenas nos divertimos em nossas bikes. Se alguém quiser seguir por outro caminho, somos bem relaxados com isso.”
Carona para a Milan-San Remo e pódio dividido
Apesar de suas diferentes especialidades – Pogacar como um competidor de Grandes Voltas e Matthews como um sprinter/puncheur –, suas metas se cruzaram em algumas ocasiões, como na Milan-Sanremo deste ano. Curiosamente, após compartilharem uma carona para a prova, ambos subiram ao pódio, com Jasper Philipsen (Alpecin-deceunick) vencendo a clássica.
“Quando estamos competindo, estamos competindo. Não há presentes. Preciso prever qual será o plano dele e correr de acordo com isso. Sabemos que, quando ele ataca, será muito forte e difícil de alcançá-lo, porque ele é excelente,” admite Matthews.
Ele destaca, contudo, que a amizade não interfere na competição: “Durante nossos treinos juntos, nunca falamos sobre táticas de corrida.”
“Ele vai ganhar em algum momento a Milan-San Remo
Tanto Matthews quanto Pogacar estão de olho na Milan-San Remo de 2025. “É uma corrida muito difícil, e venho tentando ganhá-la durante toda a minha carreira. Perder por alguns centímetros este ano foi um pouco devastador”.
“É uma prova que me favorece, mas vejo alguns dos caras que nunca a ganharam. Peter Sagan, tricampeão mundial, nunca venceu”, afirma Michael Matthews”.
Sobre Pogacar, Matthews acredita que o esloveno também terá sucesso na prova eventualmente: “Você diria que sim, que ele vai ganhar em algum momento, mas exatamente como, quando e em qual ano, é muito difícil dizer. E eu espero ganhá-la também!”