Comentarista do Eurosport analisa duramente saída de Tom Pidcock da INEOS “uma maçã podre pode estragar toda a cesta”

Tom Pidcock anunciou nesta quinta-feira o rompimento oficial com a INEOS Grenadiers. Por acordo mútuo, ambas as partes decidiram seguir caminhos diferentes. Para quem acompanha o ciclismo, essa decisão não foi uma surpresa.

Os rumores de um desentendimento já circularam há meses, mas a relação foi mantida até que a separação se concretizou. Jens Voigt, vencedor de 2 etapas do Tour de France (2001 e 2006), atualmente analista do Eurosport, previu esse estágio: “Este não será um final feliz”, já havia observado o alemão, de 53 anos.

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Jens Voigt

“Ele pode vencer dez etapas do Tour de France”

Voigt destacou que as ambições de Pidcock no Tour de France eram incompatíveis com seu perfil de ciclista. “Apesar de toda a classe que ele tem como bicampeão olímpico, a Classificação Geral simplesmente não é para ele. Ele é muito ofensivo e espetacular para se esconder”.

“Ele certamente pode vencer 10 etapas do Tour de France e algumas Clássicas nos próximos anos, mas terminar no pódio em um Grand Tour não combina com seu perfil de ciclista”, afirmou o Voigt ao Eurosport.

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Tom Pidcock anunciou sua saída da INEOS Grenadiers nesta quinta-feira

“Uma maçã pode estragar toda a cesta”

Além das questões esportivas, Voigt apresentou diferenças fundamentais na relação entre Pidcock e a equipe. “Tom ainda quer participar de corridas de Mountain Bike e Ciclocross, além da estrada. Mas não é isso que a INEOS pretende como uma equipe de estrada”, afirmou Jens Voigt.

O clima interno também piorou, após a saída de Steve Cummings, treinador da equipe, antes da Vuelta a Espanha. Esse desligamento teria sido causado por um desentendimento com Pidcock. “Em princípio, já estava claro que não teria mais final feliz”.

“Se um ciclista pode decidir quem trabalha na equipe, então algo está seriamente errado”, completou Voigt, concluindo com uma metáfora: “Uma maçã podre pode estragar toda a cesta”.

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Tom Pidcock permanece com ambições em outras modalidades, como o Mountain Bike

“Pidcock precisa de uma equipe onde seja rei”

Com a saída da INEOS, o Campeão Olímpico de Mountain Bike precisa de uma equipe que ofereça maior liberdade e foco em seus interesses. “Pidcock agora precisa de uma equipe onde seja o único rei, à la Mathieu van der Poel. Uma equipe onde ele tenha controle sobre seu programa”, opinou Voigt.

Entretanto, essa busca não será fácil. “Ele provavelmente terá que mudar para uma equipe menor e que seja financeiramente forte o suficiente para pagá-lo. Mas a escolha que ele tem é pequena. Não há muitas equipes que tenham espaço e recursos para contratá-lo.”

Entre as opções, a Q36.5 Pro Cycling Team surge como a candidata principal. Outra possibilidade seria a Red Bull BORA – hansgrohe, dado o patrocínio já existente da Red Bull a Pidcock.

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Pidcock e o troféu da Amstel Gold Race, sua única vitória no ciclismo de estrada em 2024

“A INEOS parece o garoto com quem ninguém quer brincar.”

Por fim, Voigt contextualizou brevemente a situação na INEOS. “A maior parte da gestão da equipe saiu e mudou-se para o clube de futebol Manchester United, depois que Jim Ratcliffe (CEO INEOS) acabou comprando o time. No momento, a INEOS Grenadiers parece o garoto sentado no canto com quem ninguém quer brincar”, finalizou Jens Voigt.

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