Diretor da Red Bull Bora justifica aceleração de Primoz Roglic “para não ser pego de surpresa e ficar preso”
No final desafiador da 5ª etapa do Giro d’Italia, nesta quarta-feira, Primoz Roglic (Red Bull Bora-hansgrohe), um dos principais favoritos à classificação geral, acelerou forte, assumindo a liderança do pelotão que liderava a etapa.
Por um breve momento, pareceu que o esloveno lançaria seu primeiro ataque decisivo na luta pela Maglia Rosa, com o próprio líder, Mads Pedersen, admitindo ao final da etapa, que se 10 ou 15 ciclistas do GC atacassem, Primoz Roglic seria o favorito à vitória.
“Para não ser pego de surpresa, talvez até ficar preso”
Após a chegada, o diretor esportivo do Red Bull-Bora-Hansgrohe, Patxi Vila, conversou com um pequeno grupo de repórteres e explicou que Roglic não tinha a intenção de atacar naquele momento da corrida.
“Não era difícil o suficiente para atacar e, obviamente, o nível aqui no Giro é super alto”, afirmou Vila do lado de fora do ônibus da equipe.
“Talvez se tivesse havido uma aceleração mais forte ou uma subida um pouco mais longa, mas o percurso não oferecia a oportunidade de fazer algo mais”, acrescentou o diretor.
Vila destacou que a movimentação de Roglic foi mais uma forma de se manter seguro: “Era só uma questão de estar seguro, para não ser pego de surpresa, talvez até ficar preso ali atrás e precisar reagir.”

“Às vezes é um pouco chato de assistir, mas tem sido tenso”
A equipe já esperava algumas dificuldades nas primeiras etapas da competição. Segundo Vila, o cenário deve mudar significativamente após esses desafios iniciais.
“Sabíamos que na 1ª parte do Giro teríamos alguns dias complicados, principalmente na etapa de cascalho (9ª etapa, no próximo domingo, com chegada em Siena) e na 7ª etapa (nesta sexta-feira), e provavelmente depois dessas etapas a corrida seria diferente”, destacou.
O diretor também comentou sobre o final técnico da etapa: “Este é o Giro, hoje foi técnico, e a subida de 4ª categoria (Montescaglioso) também foi íngreme, então temos que manter o foco. Às vezes é um pouco chato de assistir, mas tem sido tenso.”

Chuva e frio “vão adicionar uma camada extra de estresse”
Enquanto Roglic segue entre os líderes e Jai Hindley permanece como uma possível carta na manga da equipe, o clima se apresenta como um novo fator de desequilíbrio nos próximos dias.
Após quase uma semana de tempo seco e quente, a previsão para a 6ª etapa até Nápoles é de chuva, e as temperaturas devem cair drasticamente para perto de 0ºC, na chegada em Tagliacozzo, na sexta-feira.
“Isso vai dar um toque especial à corrida, a chuva e o frio sempre mudam as coisas. Tecnicamente, vai ficar mais desafiador. Tomara que todos os ciclistas cheguem inteiros na linha de chegada e o melhor vença, mas aconteça o que acontecer, vai adicionar uma camada extra de estresse”, concluiu Vila.