Diretor do WorldTour defende Jonas Vingegaard após polêmica “se ele usou não importa, gostaria de parabenizá-lo”
Recentemente, Jonas Vingegaard, bicampeão do Tour de France, trouxe à tona uma prática controversa no ciclismo profissional. Em entrevista ao jornal Le Monde, o dinamarquês criticou o uso abusivo de monóxido de carbono por algumas equipes de ciclismo para melhorar o desempenho esportivo.
A declaração do ciclista foi elogiada por figuras do esporte, incluindo Marc Madiot, CEO da Groupama-FDJ, que destacou a coragem de Vingegaard em abordar o tema publicamente ao Eurosport France.
Jonas Vingegaard denuncia uso abusivo do método
Vingegaard explicou que sua equipe, a Visma-Lease a Bike, utiliza o monóxido de carbono de maneira limitada, somente para medir o volume sanguíneo e a massa total de hemoglobina. No entanto, ele mencionou que outras equipes exploraram o método de forma abusiva.
“Minha equipe usa monóxido de carbono para medir o volume sanguíneo e a massa total de hemoglobina”, afirmou Vingegaard. “Algumas equipes abusam inalando regularmente baixas doses de monóxido de carbono, levando a uma melhoria significativa no desempenho de seus pilotos. Isto é injusto, e a Agência Mundial Antidopagem (WADA) deveria proibi-lo.”
“Gostaria de parabenizá-lo, se ele usou não importa”
Marc Madiot, parabenizou Vingegaard por sua postura na entrevista ao Eurosport. “Gostaria de parabenizá-lo. É raro que um ciclista do seu nível assuma uma posição credível, principalmente nesta área”.
“Acho bom que ele esteja se expressando. Se ele usou ou não, não importa. O que importa é que os pilotos não vão mais usá-lo. É por isso que apreciei suas palavras.”
Para Madiot, o uso de monóxido de carbono não deveria apenas ser regulamentado, mas totalmente banido do ciclismo.
“Vamos parar com isso e ponto”
“Deveria ser proibido. Venho dizendo isso há vários meses e enviei outra mensagem para David Lappartient (presidente da UCI), que leu na reunião geral do World Tour. Sejamos espertos e esclareçamos todos: vamos parar com isso e ponto”, afirmou Marc Madiot.
Madiot demonstrou otimismo em relação à União Ciclística Internacional (UCI) tomar medidas concretas contra o uso do monóxido de carbono. “O Lappartient vai incluí-lo nas regras para que seja proibido. Sinto muito, mas não vamos fazer os pilotos respirarem gás”.
“Isso é um absurdo. Imagine deixar esse tipo de coisa acontecer. O público vê os ciclistas da TV, sabendo que eles inalarão monóxido de carbono à noite. É um gás mortal”. O CEO da Groupama FDJ encerrou com uma pergunta: “Que mensagem você está transmitindo?”.