Tom Pidcock já conquistou dois títulos olímpicos no Mountain Bike, foi Campeão Mundial na modalidade e venceu importantes clássicas no ciclismo de estrada. No entanto, a vitória conquistada nesta quarta-feira, durante o AlUla Tour, pode ter um significado igualmente importante. Após um período de desafios, este triunfo surge como um trampolim para uma nova fase em sua carreira.
“Hoje agradecemos às pessoas que acreditaram em nós”
A importância da vitória de Pidcock no AlUla Tour não se resume apenas ao ciclista, mas também à sua nova equipe, a Q36.5 Pro Cycling. Isso ficou evidente na reação de seu treinador, Kurt Bogaerts, após a grande vitória de Pidcock. O belga, que acompanhou de perto as maiores conquistas de Pidcock nos últimos anos, não conteve a emoção ao falar com o jornal Het Nieuwsblad.
“Foi um período difícil”, afirmou Bogaerts, visivelmente comovido. “Hoje agradecemos às pessoas que acreditaram em nós.”
A saída conturbada da INEOS
Pidcock atravessou momentos turbulentos recentemente, especialmente com sua saída dos Granadeiros INEOS. Apesar de ter alcançado grandes feitos pela equipe britânica, sua despedida aconteceu sob tensões e de forma discreta.
Em busca de um novo projeto, Pidcock optou pela Q36.5 Pro Cycling, apesar das ofertas de equipes de peso, como a Red Bull-BORA-hansgrohe e, principalmente, a Visma-Lease a Bike. No entanto, Pidcock fez uma escolha ousada ao apostar em uma equipe sem a segurança do WorldTour.
“Agora, esses críticos foram um pouco silenciados”
A decisão de Pidcock gerou questionamentos, mas a vitória no AlUla Tour ajudou a silenciar parte das críticas. Seu companheiro de equipe, Frederik Frison, ressaltou a estrutura profissional da Q36.5 Pro Cycling.
“A transferência de Tom foi criticada por alguns. Agora, esses críticos foram um pouco silenciados”, afirmou Frison. “Eu sei que esta não é uma equipe pequena. A maioria das pessoas no pelotão sabe disso. A Q36.5 tem status ProTeam, mas em termos de material e operação estamos no nível WorldTour. Tom é o líder que precisávamos para dar esse passo.”
“Fazer xixi na bicicleta, como na corrida”
O diretor esportivo Jens Zemke corroborou a visão de profissionalismo de Pidcock. “Descobrimos que Tom é um cara engraçado, algo que talvez não se perceba de fora. Ele demonstra liderança: nas reuniões de equipe, diz com muita clareza o que quer. E Tom traz profissionalismo extra.”
A influência de Pidcock dentro da equipe já é notória. Zemke destacou um episódio que exemplifica seu comprometimento e postura de líder.
“Um exemplo: no Training Camp em dezembro, tivemos um treino de 7 horas. Normalmente, fazemos uma parada para café, mas Tom não quis isso. Ele disse: ‘Sem parada para café, mas sim pegar garrafas de água e fazer xixi na bicicleta. Fazemos isso como na corrida’. Ele já está elevando toda a equipe a um nível superior.”