Ex-ciclista da UAE revela diferença de treino na Red Bull Bora “tenho feito muito mais volume semanal do que fazia na UAE”
No início de fevereiro de 2019, Finn Fisher-Black alcançou um marco impressionante ao estabelecer o recorde mundial na perseguição individual de 3.000 metros para juniores. Após esse feito, sua carreira progrediu com uma passagem pela equipe de desenvolvimento da Jumbo-Visma.
Até que, em 2022, o neozelandês assinou contrato com a poderosa UAE Team Emirates, juntando-se a Tadej Pogacar, vencedor do Tour de France. Tudo indicava que o jovem prodígio do ciclismo estava no caminho certo. Porém, os planos sofreram uma reviravolta inesperada.
“Eu não era o talento que todos pensavam que eu era”
A trajetória promissora de Fisher-Black foi interrompida na última etapa do Boucles de la Mayenne de 2022, uma competição 2.Pro no noroeste da França. Uma queda grave resultou em uma fratura no fêmur, deixando o ciclista afastado por oito meses, período em que passou entre cadeira de rodas e muletas.
“Foi um revés muito grande. Eu estava em uma boa trajetória e dando passos, mas isso tirou o vento das minhas velas. Eu meio que estagnei, estava começando do zero novamente e tive que construir”, relembrou Fisher-Black em entrevista ao site Rouleur.
A recuperação não foi fácil. O jovem admite que enfrentou desafios para recuperar sua forma e superar as expectativas:
“Eu não era o talento que todos pensavam que eu era. Eles achavam que eu iria direto para as corridas vencedoras. Demorei um tempo para voltar a esse nível. Nos últimos anos, melhorou, consegui vencer quatro corridas em 2024.”
Mudança para a Red Bull Bora-hansgrohe
Embora reconheça que a UAE Team Emirates desempenhou um papel crucial em seu desenvolvimento, Fisher-Black também apontou desafios em fazer parte de uma equipe repleta de grandes talentos. Após o acidente, ele frequentemente ocupou o papel de gregário e não foi selecionado para disputar um único Grand Tour em 2024.
Ciente de que uma mudança seria essencial para atingir seu verdadeiro potencial, Fisher-Black decidiu, em 2025, trocar a UAE pela Red Bull-Bora-Hansgrohe.
“É interessante deixar um time que já está no topo com o UAE Team Emirates, então eles não precisam se esforçar para melhorar. É sobre permanecer lá”, explicou.
“Agora eu vim para um time que realmente quer subir na classificação e eles estão se esforçando em todos os aspectos. Isso é legal para mim e faz com que seja um projeto emocionante para se juntar.”
“Tenho feito muito mais volume semanal do que fazia na UAE”
Com sua nova equipe, Fisher-Black também passou a trabalhar com um novo treinador, priorizando a melhoria de suas performances em corridas mais longas. Ele acredita que esse é o próximo passo para atingir novos patamares, especialmente nas clássicas das Ardenas.
“Eu sempre tive muita dificuldade em corridas mais longas, especialmente em corridas de mais de 200 km. Sinto que isso é algo que estava faltando no treinamento. Já acertamos isso como minha primeira coisa a melhorar com meu novo treinador”, afirmou.
“Tenho feito semanas muito maiores do que já fiz na UAE, então de 28 a 30 horas. Isso é enorme comparado ao que fiz na UAE – não é que o treinamento seja ruim lá e está obviamente funcionando, mas senti que estava faltando alguma coisa e espero que tenhamos encontrado isso.”
Entre seus objetivos para a temporada, Fisher-Black destacou a importância de vencer no WorldTour e sua ambição de participar de Grand Tours
“Meu objetivo nesta temporada é apenas vencer, especialmente no WorldTour. Quero me concentrar nas Ardenas e a fisiologia dessas corridas me cai bem. Eu também adoro os Grand Tours e é quando sinto que o ciclismo alcança o resto do mundo. Esse é o maior palco, e é onde eu quero estar”, finalizou Finn Fischer-Black.