Ex diretor da INEOS abre o jogo após polêmica com Tom Pidcock “você tem que aceitar e seguir em frente”
Steve Cummings, ex-diretor esportivo da INEOS Grenadiers, enfrentou um período desafiador em 2024. Após uma saída inesperada no meio da temporada e meses afastados em “licença para cuidar do jardim”, o britânico prepara uma nova etapa de sua carreira, agora no Team Jayco AlUla, onde atuará a partir de 2025.
Saída da INEOS e relação com Tom Pidcock
A última corrida de Cummings pela INEOS foi no Critérium du Dauphiné, em junho. Na sequência, ele não esteve no Tour de France, o que levantou questionamentos sobre seu futuro na equipe. Diversas fontes próximas à situação, revelaram que sua ausência estava ligada a uma relação desgastada com o líder da equipe, Tom Pidcock.
Na apresentação da equipe antes do Tour, Pidcock chegou a comentar: “Senti que a Ineos seria ‘melhor’ sem Cummings lá.”
Cummings, por sua vez, minimizou os rumores: “Em um nível pessoal, nunca tive problemas [com ele] e não tenho nenhum”, declarou o ciclista ao site britânico Cycling Weekly. “É bem surpreendente, todas as coisas que foram escritas. É tudo fumaça, na verdade. O que estava na Netflix, era isso. Nunca houve mais nada”, disse, referindo-se à série documental Tour de France: Unchained.
“A equipe decidiu me tirar da corrida”
Em uma das cenas do filme, Cummings parece pedir a Pidcock para se comprometer com Carlos Rodríguez, ao que o britânico responde hesitante antes de solicitar que as câmeras sejam desligadas.
Sobre sua saída do Tour, ele afirmou: “A equipe decidiu me tirar da corrida. Como quando você não é selecionado como ciclista, é apenas uma decisão que você respeita. Acho que eles pensaram que era do melhor interesse da equipe. E então você começa a procurar outro lugar.”
“Você tem que aceitar e seguir em frente”
Cummings revelou que a INEOS não apresentou uma justificativa para sua ausência nas corridas pós-Tour, algo que ele considera frustrante: “Acho que obviamente é frustrante, mas você apenas tenta ser resiliente, tem que aceitar e seguir em frente.”
Embora a equipe tenha indicado que suas ausências faziam parte de uma preparação para a nova temporada, Cummings percebeu em outubro, que era hora de buscar novos caminhos. “Eu apenas pensei em continuar com a equipe. Não aconteceu nada até outubro, então decidi que (era) melhor mudar.”
Após quatro anos na INEOS Grenadiers, Cummings descreveu sua experiência como uma oportunidade significativa. Ele destacou conquistas importantes, como o 3º lugar de Geraint Thomas no Tour de France de 2022 e a vitória da etapa de Tom Pidcock em Alpe d’Huez.
“No ano seguinte, a equipe venceu duas etapas e Carlos (Rodríguez) ficou em 5º, lutando pelo pódio até os últimos dias, quando caiu. Isso foi fenomenal em seu primeiro Tour. Só estou grato a todos os ciclistas, equipe e todos que nos ajudaram a conseguir (isso)”.
Reencontro com velhos conhecidos na Jayco AlUla
A mudança para a equipe Jayco AlUla aconteceu após contato com Matt White, diretor de alto desempenho da equipe e ex-colega de Cummings nos tempos do Discovery Channel, em 2007. “O contato em um nível pessoal para conversar com ele evoluiu para uma oferta de trabalho”, explicou.
Cummings conhece bem alguns dos ciclistas da equipe, como Luke Plapp, que esteve sob sua supervisão na INEOS, e Ben O’Connor, novo líder da Jayco-AlUla. O australiano se destacou em 2024, liderando a Vuelta a España por 15 dias e terminando em 2º lugar, além de conquistar a 4ª posição no Giro d’Italia.
“Indiscutivelmente, fora dos vencedores do Grand Tour, você diria que ele é o próximo melhor ciclista de corrida por etapas consistentemente ao longo da temporada. Estou ansioso para trabalhar com ele”, finalizou Steve Cummings.