Ex-diretor de Laurent Fignon e Greg Lemond avalia domínio da UAE Team Emirates “colocou em 2º lugar o feito da Jumbo-Visma”
A temporada de 2024 chegou ao fim, e com ela, os tradicionais debates debates sobre os protagonistas do ano e o que esperar para 2025. Cyrille Guimard, ex-diretor esportivo de ícones como Bernard Hinault, Laurent Fignon e Greg LeMond, compartilhou sua visão com o site francês Cyclism’Actu.
Em sua análise, Guimard destacou o papel marcante de Tadej Pogacar e da UAE Team Emirates, além das expectativas para o próximo Tour de France.
O domínio da UAE Team Emirates coloca em 2º lugar o feito da Jumbo-Visma em 2023
Para Guimard, o domínio de Tadej Pogacar em 2024 foi absoluto: “Tadej Pogacar dominou do início ao fim, com uma maestria absolutamente extraordinária”, declarou. Segundo ele, Pogacar mostrou superioridade em todos os aspectos, no entanto o francês cita outro ciclista, “temos outro personagem que também dominou o início de temporada, Mathieu van der Poel”.
Em relação ao domínio da UAE Team Emirates, Guimard reconheceu a força da equipe e foi questionado sobre uma comparação, com o desempenho avassalador da Jumbo-Visma em 2023. “O domínio da UAE Team Emirates coloca em segundo lugar o feito da Jumbo-Visma, no ano passado”, afirmou Guimard.
No entanto o francês acredita que mesmo assim, o desempenho da equipe holandesa em 2023 é algo extraordináriospetacular. “Os 3 Grand Tours, pódio completo em um deles (Vuelta a España), para a Jumbo-Visma, ninguém tinha feito antes.”
“Quando o líder treme, os companheiros de equipe tremem”
Guimard afirma que o impacto do acidente na Volta ao País Basco, envolvendo Jonas Vingegaard e Remco Evenepoel (Soudal Quick-Step), influenciou o desenrolar da temporada. “Estes dois ciclistas apesar de tudo, ainda conseguiram influenciar o restante da temporada e o acidente talvez tenha favorecido a UAE Team Emirates”.
Guimard ressaltou a importância da presença de um grande líder, que fortalece a motivação de toda a equipe.
“Quando o líder treme, os companheiros de equipe tremem. Quando você tem um grande líder, você tem ótimos companheiros de equipe… Esses mesmos companheiros em outra equipe sem um grande líder, perdem 20%. A motivação coletiva é algo extraordinário”.
Ele relembra sua própria experiência no Tour de France de 1984 para ilustrar o efeito da euforia da vitória. “Tive a sorte de vivenciar este tipo de episódio no Tour de France de 1984 (equipe Renault-Elf). Vencemos 10 etapas, ficando em 1º (Laurent Fignon) e 3º (Greg Le Mond) na Classificação Geral. Quando existe essa euforia da vitória vencer é normal”.
“Agora, isto vai durar muito tempo ou não? Esse é outro assunto. Mas não é anormal que a UAE Team Emirates domine desta forma hoje, tendo em conta os elementos que acabo de fornecer”.
Para quem o percurso do Tour de France 2025 será favorável?
“Não é o percurso que faz a corrida, são os corredores que vão se adaptar ao tipo de percurso”, afirma Guimard. “Qualquer percurso muito difícil bloquearia a corrida. Mas podemos perceber que o Tour é disputado em 3 ou 4 etapas, e não em 21”.
Guimard finalizou sua análise com uma reflexão sobre a imprevisibilidade da competição: “Sempre combina com os mais fortes.”
Quanto ao favoritismo de Tadej Pogacar, Cyrille Guimard não cravou um favorito, preferindo uma resposta evasiva. “Dizem que é um Tour para Pogacar, para Vingegaard… mas será que será que estarão na largada? Então, de que adianta criar cenários quando você nem sabe quem são os atores? E em que estado estarão os atores?”, finalizou Cyrille Guimard.