Ex gregário de Tadej Pogacar dá declaração polêmica “os 4 melhores ciclistas do mundo não são os 4 que mais trabalham”

Aos 34 anos, George Bennett continua ativo no pelotão internacional como parte da equipe Israel – Premier Tech, após deixar a UAE Team Emirates onde chegou a ser gregário de Tadej Pogacar no Tour de France 2022.

Em uma entrevista honesta e direta concedida à revista Rouleur, Bennett não acredita em alguns mitos sobre o sucesso no ciclismo. Ele argumenta que, embora treinamento e aspectos mentais sejam importantes, o que realmente diferencia os melhores ciclistas é a genética.

“As pessoas gostam de romantizar e criar um misticismo sobre ciclistas que são realmente talentosos geneticamente. Dizem que esse cara é mentalmente uma fortaleza ou algo assim. Isso é um mito. É genética”, afirmou Bennett.

“Conheço bem alguns desses caras de Classificação Geral”

“É quem tem um motor gigantesco. Você pode encontrar um ciclista que trabalha mais duro que esses caras e ele ainda não será tão bom”.

“Conheço bem alguns desses caras de Classificação Geral e já sentei com eles para garantir que terminassem o café da manhã, porque estavam muito nervosos antes de uma corrida, e então eles vão lá e vencem o Tour de France.”

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“Os 4 melhores ciclistas do mundo não são os 4 que mais trabalham”

Para Bennett, a biologia é o fator mais determinante quando se compara atletas que treinam de forma semelhante.

“Você não pode me dizer que eles são mentalmente inquebráveis, porque não são. Eles têm uma genética irreal. A biologia está a favor deles, e isso é uma verdadeira loteria”.

“As pessoas querem que eles sejam Deuses, fazendo 40 horas de treino na chuva. Não estou dizendo que eles não trabalham duro, mas os quatro melhores ciclistas do mundo não são os quatro que mais trabalham.”

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George Bennett competiu o Tour de France até a 9ª etapa. O neozelandês foi obrigado a abandonar, após contrair Covid-19

Boas performances na temporada

Apesar de já ter conquistado resultados importantes, como o segundo lugar na Il Lombardia em 2020, Bennett não conseguiu repetir o mesmo nível nos últimos anos.

No entanto, sua temporada atual contou com performances sólidas, incluindo o 3º lugar no Giro d’Abruzzo, outro pódio no Sibiu Cycling Tour, a 12ª posição na Clásica San Sebastián e boas atuações na Volta a Catalunya e no Tour de Suisse, onde esteve próximo do Top 10.

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Bennett no pódio do Giro d’Abruzzo

Ele atribui parte dessa dificuldade ao nível cada vez mais elevado do pelotão, mas ressalta que sua capacidade física permanece estável:
“Estou bastante satisfeito com meus números de potência, o que é bom, porque todos diziam que isso piora com a idade. Eu não acredito nisso. Acho que as pessoas simplesmente ficam menos motivadas, têm filhos ou suas vidas mudam”.

“Não acho que, biologicamente, você piore. Talvez você fique um pouco mais lento em fibras de contração rápida nos sprints, mas nada sugere que você deva piorar em nível celular. Acho que muito disso é situacional ou emocional”, argumenta o ciclista.

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George Bennett com as cores de Campeão Nacional da Nova Zelândia

Contrastes entre UAE e Visma em mais uma declaração polêmica

Tendo passado 7 anos na Jumbo-Visma e 2 na UAE Team Emirates, Bennett teve a oportunidade de trabalhar ao lado de ciclistas como Tadej Pogačar e testemunhar o crescimento de talentos como Primoz Roglic e Jonas Vingegaard.

Essa experiência também o permitiu observar diferenças significativas na forma como as equipes recrutam novos atletas.
“A UAE não fazia testes nem de perto tanto quanto a Jumbo. Eles basicamente contratavam ciclistas pelos resultados das corridas, porque tinham orçamento para isso”, concluiu Bennett.

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