Um dia antes da largada do Giro D’Itália fará 23 anos da lenda italiana do ciclismo, Gino Bartali que morreu de ataque cardíaco, aos 80 anos em 05 de maio de 2000. Ele venceu três vezes o Giro d’Italia e duas vezes o Tour de France. Foi só após sua morte que veio à tona a informação de que ajudou a salvar as vidas de mais de 800 pessoas durante a Segunda Guerra.
Bartali é visto, até hoje, como um dos mais heroicos entre os ciclistas. Quando venceu seu primeiro Tour de France, em 1938, era tratado como o “o segundo italiano mais famoso” do mundo, atrás apenas de Benito Mussolini.
O que não se sabia na época, é que Gino Bartali, arriscou sua vida para entregar documentos falsos durante seus treinamentos.
Fazendo treinos de longa distância, ele levava, escondidos na estrutura da bicicleta, documentos de identidade falsificados.Os documentos, fabricados por uma rede clandestina na Itália, eram levados dentro dos tubos do guidão e do canote do selim. Bartali passava por pontos de controle sem grandes explicações, já que era apenas um campeão em treinamento.
Em uma ocasião, foi parado e interrogado pela polícia secreta fascista. Ele pediu para não ser incomodado e explicou que mexer em sua bicicleta, significaria atrapalhar o delicado ajuste aerodinâmico, feito para um campeão do esporte.
Além de ajudar no transporte clandestino de documentos para facilitar a fuga de judeus, Bartali também escondeu seu amigo Giacomo Goldenberg e sua família em casa.
O italiano foi reconhecido como Justo Entre As Nações — título concedido aos que atuaram salvando vidas de judeus durante a perseguição nazista — pelo Memorial do Holocausto Yad Vashem, em Jerusalém. O filho de Bartali, Andrea, visitou o memorial em 2013.
Bartali queria ser lembrado por sua carreira esportiva. Mas, quando perguntado sobre suas façanhas durante a guerra, dizia: “Fiz a única coisa que sabia fazer: pedalei”.