Gregário de Tadej Pogacar compara o esloveno com lenda do ciclismo belga “ele também era visto como um pouco estranho”
Prestes a completar 34 anos, Tim Wellens se prepara para sua 3ª temporada na UAE Team Emirates-XRG. Em um papel híbrido, ele equilibra o suporte ao líder da equipe, Tadej Pogacar, com a busca por oportunidades próprias em competições que se adequam ao seu estilo. Enquanto grande parte do time realiza treinamentos na Costa Blanca, na Espanha, Wellens opta por se preparar sob o sol de Mônaco.
“Não há mais necessidade de fazer Training Camps, se você pode treinar em condições celestiais em Mônaco”, comentou o belga em entrevista ao jornal belga La Dernière Heure.
“Minha potência máxima, após 6 horas é muito mais forte”
Apesar da idade avançando, Wellens acredita que ainda pode evoluir e apresentar um desempenho superior em 2024. “Farei 34 anos em maio, mas estou convencido de que ainda posso melhorar nesta temporada. Quando analiso meus dados, vejo que meu mecanismo cresceu desde que entrei na UAE Team Emirates em 2023”.
“Isto fica especialmente evidente pela minha potência máxima ao longo de 10 minutos, após seis horas de corrida. Minha condição básica agora é muito mais forte.”
“Apoiar Tadej Pogacar é fantástico”
Desde sua chegada à UAE Team Emirates, Wellens assumiu uma função híbrida, alternando entre o papel de gregário e a busca por suas próprias ambições em determinadas provas. “Apoiar Tadej Pogacar em grandes corridas como o último Tour de France, onde contribuí para a vitória geral, é fantástico”.
“É emocionante. Adoro essa missão, mas também preciso da oportunidade de jogar minhas próprias cartas em outras corridas, caso contrário, não acho que conseguiria me esforçar ao máximo nos treinos.”
“Gostaria de participar no Tour de France com a ambição de vencê-lo, mas não tenho capacidade para isso. Então, prefiro fazer parte do time do melhor ciclista do mundo, ao invés de ser adversário dele (risos)”.
“Pela minha experiência, conheço muito bem os meus limites: sei o que posso e o que não posso fazer. Em competições como Omloop Het Nieuwsblad, Kuurne-Bruxelas-Kuurne ou Paris-Roubaix podemos apresentar um coletivo homogêneo e forte. Com Politt e Vermeersch, deveremos ser capazes de formar um trio competitivo.”
“Philippe Gilbert também era visto como um pouco estranho”
Quando questionado sobre se Pogacar pode ser comparado a algum ciclista que já conheceu, Wellens aponta para um grande nome do passado recente.
“Tenho em mente um piloto que seja tão versátil e dominante como o meu companheiro de equipe Tadej Pogacar? O único que me vem à cabeça – mesmo que num estilo diferente – é Philippe Gilbert, durante a sua incrível temporada de 2011. Naquela época, ele também era visto como um pouco estranho (risos)…”
Na temporada de 2011, Philippe Gilbert registrou nada menos que 16 vitórias, do total de 80 vitórias na carreira. Entre elas estão a Amstel Gold Race, a Liège-Bastogne-Liège, a Flèche Wallone, a Clasica San Sebastián, e o Campeonato Belga. Além disso ele venceu 1 etapa da Volta ao Algarve, da Tirreno-Adriatico e do Tour de France.
“Durante os treinos com Pogacar eu não vi muita diferença com ele, entre 2023 e 2024. Foi uma loucura há dois anos também (risos). Muitas pessoas se perguntam se ele (Tadej Pogacar) ainda pode melhorar. Sim, acho que sim. E ficarei muito feliz, se puder fazer parte da equipe dele novamente no próximo Tour”, finalizou Tim Wellens.
