Gregário de Tadej Pogacar dá detalhes do convívio com o campeão mundial “no domingo ele pensa: vamos destruir tudo e todos”
O belga Florian Vermeersch, que trocou a Lotto Dstny pela UAE Emirates-XRG no inverno passado, está vivendo uma nova fase em sua carreira. Agora companheiro de equipe do campeão mundial Tadej Pogacar, ele vê essa transição como uma das melhores decisões que já tomou.
“Uma das melhores decisões da minha carreira”
Durante participação no podcast Marly Grav Café Live, junto com o holandês Laurens Ten Dan, Vermeersch compartilhou suas impressões sobre a mudança para a equipe dos Emirados Árabes e seu convívio com a maior estrela do ciclismo mundial.
“Essa foi uma das melhores decisões da minha carreira. Como ciclista, mas também como pessoa. Foi bom estar em um novo ambiente”, comentou.
“Ganhei com o Tadej. Você não percebe, mas é especial”
O belga tem trabalhado duro ao lado de Pogacar, mas se mostra satisfeito com o papel desempenhado. “Tive que pedalar bastante no apoio sim, mas também obtive muita satisfação com isso. Também consegui ter minha própria chance algumas vezes, em corridas um pouco “menores”, as 1.Pro. Foi uma boa mudança nesta primavera.”
Vermeersch destacou ainda a experiência única de participar de grandes vitórias ao lado de Pogacar. “Este ano, por exemplo, ganhei o Tour de Flandres e a Liège-Bastogne-Liège com o Tadej. No momento você não percebe, mas é especial. Não se vivencia isso todos os anos. Eu pude aproveitar isso.”
“Na largada de manhã é que percebe o quanto ele é conhecido”
O belga também fez questão de destacar a personalidade tranquila de Pogacar, mesmo diante da enorme expectativa que o cerca. “Ele é uma pessoa muito relaxada. Nos dias que antecedem as corridas, você não percebe quanta pressão ele sofre”.
“Só quando você chega na largada de manhã é que percebe o quanto ele é conhecido e quantos pedidos de entrevista ele recebe. Aí você percebe quanta pressão ele deve estar sofrendo. Mas isso simplesmente passa despercebido.”
Mesmo em treinos, a atenção em torno do esloveno é evidente. “Se durante o treino há uma simulação de corrida, ele não pisa fundo e espera o resto, porque todos os outros se agarram a ele. Isso às vezes é estranho”.
“Para ele às vezes é irritante, mas faz parte. E acho que é um ‘preço’ que ele está feliz em pagar por tudo o que conquistou.”
“No domingo, ele pensa: agora vamos destruir tudo e todos”
Ao ser questionado sobre o que pode aprender com Pogacar, Vermeersch foi direto: o instinto vencedor.
“Acho que sim, pelo seu instinto matador. Acho impressionante como ele consegue fazer a transição mental de sábado para domingo”.
“Sábado, véspera da corrida, tudo está tranquilo. No domingo, ele pensa: agora vamos destruir tudo e todos. É impressionante como ele consegue se concentrar.”
Para Vermeersch, essa mentalidade é uma das chaves do sucesso do esloveno em provas de um dia. “Ele está preparado para lutar e vencer desde o quilômetro zero.”
Vermeersch fala sobre Tadej Pogacar a partir do 51º minuto
