Irmão de Tom Pidcock termina a Paris-Roubaix na última colocação “ainda assim recebi tanta atenção”

Joey Pidcock (Q36.5), irmão mais novo de Tom Pidcock, viveu no último domingo uma estreia inesquecível — e exaustiva — na lendária Paris-Roubaix.

Último a entrar no Velódromo de Roubaix, quase uma hora após o vencedor Mathieu van der Poel, o britânico de 23 anos atraiu atenção e simpatia por sua resiliência, mesmo diante da dura realidade de terminar em último lugar, conforme revelou ao jornal belga Sporza.

“Último mesmo! E ainda assim recebi tanta atenção”

“É uma loucura a quantidade de mensagens que recebi desde domingo à noite. Terminei em último lugar em uma competição. Último mesmo! E mesmo assim recebi tanta atenção”, revelou Joey após sua chegada, surpreso com a repercussão positiva da sua participação.

Apesar da posição final na corrida, sua jornada não passou despercebida pelo público e pela imprensa. E não foi exatamente uma história cheia de quedas ou falhas mecânicas.

“Eu não conseguia acreditar, Wout retornou ao nosso grupo. Inacreditável”

Ao contrário do que muitos esperavam, Pidcock não enfrentou contratempos mecânicos ou quedas graves durante o percurso. “Mas eu nunca caí nem tive um furo”, garantiu. “Embora eu tenha ficado próximo de cair uma vez. Quando Wout van Aert caiu, ele me tocou de leve. Foi por pouco, não vou arriscar minha vida por isso.”

Joey ainda se impressionou com a recuperação de Van Aert: “Dois minutos depois, eu não conseguia acreditar no que via: Wout retornou ao nosso grupo. Inacreditável.”

“Fiquei surpreso com o quão magro Pogacar é na vida real”

Parte das dificuldades de Joey pode ser atribuída à sua preparação limitada. “Não tive a melhor preparação. No início de março, sofri uma concussão no Trofeo Laigueglia, o que me obrigou a ficar de repouso por 3 semanas.” E completou: “Há uma semana, recebi de repente um telefonema dizendo que eu poderia me preparar para minha primeira Paris-Roubaix.”

No começo da corrida, ele chegou a pedalar próximo a Tadej Pogacar. “Pedalei no vácuo do Pogacar por um tempo e fiquei surpreso com o quão magro ele é na vida real. Porque até domingo eu só o conhecia da TV.”

Mas logo depois, no primeiro setor de paralelepípedos, tudo mudou: “Estava cheio de lama e ciclistas caídos. Foi um grande massacre.”

“Me senti culpado pelo motorista do carro de vassoura”

Com 100 km ainda pela frente, Joey percebeu que o carro de vassoura estava logo atrás. “Me senti culpado pelo motorista, porque o estava atrasando.” Ainda assim, mesmo pedalando cerca de 20 minutos atrás do penúltimo ciclista, ele recebeu aplausos dos espectadores espalhados ao longo da prova.

“Claro que, depois de um tempo, as pessoas começaram a andar nos paralelepípedos. Elas não sabiam que eu estava vindo, então não posso ficar bravo com isso”, contou.

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Após longas horas de sofrimento, veio o alívio. “Dei um suspiro de alívio e fiquei surpreso por ainda haver tantos espectadores.” E mesmo completamente exausto, Joey foi recebido com entusiasmo: “Na linha de chegada, fui recebido pelos meus companheiros de equipe e pela imprensa. Mas eu estava tão cansado que não tive mais reação.”

“Queria terminar a Paris-Roubaix a todo custo”

Mesmo diante de todas as adversidades, a motivação de Joey permaneceu intacta. “Quando ele pedalou ao meu lado, pensei que minha corrida tinha acabado. Mas o homem simpático só queria me dar água. Ele provavelmente sabia como é mágico para um ciclista pedalar até o Velódromo.”

E completou: “Essa também foi a minha motivação. Afinal, quantas pessoas têm a chance de participar de uma corrida tão especial? Sou um dos poucos sortudos e é por isso que queria terminar a Paris-Roubaix a todo custo.”

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Pidcock após terminar sua jornada no “Inferno do Norte”

A espera por uma nova aventura ao lado do irmão

No próximo ano, Joey Pidcock espera poder compartilhar essa experiência com seu irmão mais velho. “Ano que vem, espero viver minha aventura no ‘Inferno’ junto com meu irmão Tom.”

Ele ainda comentou sobre a ausência de Tom este ano: “Eu já achava estranho ele não ter corrido no domingo. Mas ele respondeu que tem outros objetivos. E correr na Paris-Roubaix é muito arriscado.”

Tom Pidcock voltará a competir na sexta-feira, na Brabantse Pijl, antes de seguir para Liège. Joey, por sua vez, finalizou com uma nota bem-humorada sobre o que o irmão fez no domingo:

“O que o Tom fez no domingo? Como quase todo mundo: ele assistiu à corrida na TV. Acho que ele também me mandou uma mensagem logo depois da corrida, mas preciso verificar isso de novo”, finalizou Joseph Pidcock.

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