“João Almeida é jovem, Sivakov também, a Visma está envelhecendo”; vencedor de etapa do Tour compara gregários de Pogacar e Vingegaard
Com o Tour de France prestes a começar, as atenções se voltam novamente para o duelo entre Tadej Pogacar e Jonas Vingegaard. O esloveno da UAE Emirates aparece como favorito para conquistar sua 4ª camisa amarela, mas a Visma-Lease a Bike está determinada a impedir esse feito.
Segundo o vencedor da 2ª etapa do Tour de 2013 e atualmente analista Jan Bakelants, o momento e a estrutura da equipe de Pogacar são superiores aos do seu rival dinamarquês e podem definir o resultado em Paris.
“No papel, as equipes estão empatadas”
Em entrevista ao jornal belga HLN, Bakelants iniciou sua análise comparando os elencos de apoio dos dois principais favoritos. “No papel, as equipes de Pogacar e Vingegaard estão empatadas”, afirmou.
“Quase dá para compará-las: a serviço de um líder, Tim Wellens e Tiesj Benoot se valem, Edoardo Affini pode fazer o que Nils Politt faz na reta, João Almeida e Matteo Jorgenson são os primeiros-tenentes, é possível trocar os irmãos Yates…”
“João Almeida deve estar muito feliz por correr para Pogacar”
Bakelants destaca a confiança e o bom momento da UAE Emirates-XRG como trunfos importantes. “Mas, ainda assim, dou vantagem à UAE Emirates: o momento está claramente com Pogacar e sua equipe.”
“Eles percorrem o pelotão com muita confiança, sempre confiam na própria força e todos parecem estar em excelente forma. Muitos dos seus ciclistas também venceram recentemente”. Ele cita especificamente João Almeida como exemplo:
“Ele acabou de vencer o Tour de Suisse, além de 3 etapas, e deve estar muito feliz por ter que correr na frente do Tour para Pogacar. Com os bolsos cheios, é um pouco mais fácil do que com as mãos vazias.”
Vitória de Simon Yates no Giro d’Italia sem o mesmo impacto
Bakelants, entretanto, tem dúvidas sobre o impacto do título recente de Simon Yates no Giro d’Italia. “Ele venceu o Giro, mas tenho uma impressão diferente. Yates conseguiu realizar seu grande sonho tão tarde na carreira. Isso deve ter afetado aquele homem?”
Ele também levanta questionamentos sobre outro grande nome da Visma-Lease a Bike:
“Para onde foi Sepp Kuss? Ele ainda é o homem que era há dois ou três anos, quando era um dos três melhores escaladores do mundo? E quão bom é Matteo Jorgenson, na verdade? Não tenho a impressão de que se possa colocá-lo como um segundo líder, como fizeram com Primoz Roglic.”
Para Bakelants, há muitos “pontos de interrogação” no time da Visma: “Infelizmente, Wout van Aert também está passando por sua cota de azar. Aquele problema com o estômago… Ele se preparou para o Campeonato da Bélgica (Van Aert desistiu na véspera do Campeonato belga, devido a um problema intestinal). O enésimo problema”, lamente Bakelants.
“Almeida é um jovem de 26 anos, Sivakov 27, estão no auge da carreira”
Bakelants observa que a equipe dos Emirados tem uma composição mais promissora: “Os ciclistas da Visma-Lease a Bike estão envelhecendo. Van Aert, Benoot, Campenaerts, Kuss, Yates: todos têm mais de 30 anos. Ainda são ciclistas muito bons, mas não vão melhorar”.
Do outro lado, a UAE tem nomes em seu auge: “Almeida é um jovem de 26 anos. Sivakov tem 27, Narvaez 28: esses caras estão no auge da carreira. Claro, eles também têm vários ciclistas mais velhos, Wellens, Soler, Yates, mas a mistura é mais saudável.”
“Vingegaard não está melhor do que em 2023, mas Pogacar deu um grande passo”
Por fim, Bakelants destaca a evolução de Pogacar frente aos concorrentes:
“Vingegaard e Evenepoel foram prejudicados por quedas e tiveram que começar do zero novamente. Para mim, isso explica a diferença entre os três hoje”.
“Vingegaard não está melhor do que em 2023, Evenepoel não progrediu muito como ciclista de etapa desde sua vitória final na Vuelta em 2022, mas Pogacar deu um grande passo.”
