Jonas Vingegaard admite uso de polêmico método e acusa “algumas equipes abusam, isso é injusto, a Wada deveria agir”
O uso de monóxido de carbono (CO) para fins esportivos gerou debates no mundo do ciclismo. Jonas Vingegaard (Visma-Lease aBike), abordou o tema em entrevista ao jornal Le Monde, destacando a necessidade do combate às práticas consideradas injustas.
Ele admitiu que sua equipe, utiliza o método, mas apenas para fins diagnósticos. Outras equipes, porém, estariam utilizando o monóxido de carbono para melhorar o desempenho de maneira sistemática, segundo Vingegaard.
Como funciona o Rebreather de Monóxido de Carbono
O rebreather de monóxido de carbono, também conhecido como reinalador, permite que o CO seja inalado com precisão. Segundo especialistas, a técnica é usada para medir valores sanguíneos importantes, como o volume sanguíneo e a massa total de hemoglobina. Tanto a Visma-Lease a Bike quanto a UAE Team Emirates confirmam o uso da tecnologia para esse propósito.
Contudo, o uso frequente e sistemático do equipamento pode trazer benefícios no desempenho esportivo. Quando aplicado dessa forma, o CO ajuda a aumentar a capacidade máxima de absorção de oxigênio, algo que muitos consideram uma vantagem desleal.
Mathieu Heijboer, diretor de desempenho da Visma-Lease a Bike, defendeu a prática com fins de diagnóstico no final do ano passado. “Deve ser feita uma verdadeira distinção entre o método de diagnóstico (uma medição única) e um ‘tratamento’ baseado na inalação diária de CO”.
“Nós não fazemos, nunca fizemos e nunca consideramos essa última abordagem. Esta é uma medição única para monitorar os níveis sanguíneos”, afirmou.
Heijboer também comparou a técnica a outros procedimentos médicos. “Assim como um raio X é usado para registrar algo uma vez, a exposição excessiva à radiação é muito prejudicial. Gostaria de enfatizar que não utilizamos essa técnica para melhorar os níveis sanguíneos.”
“Algumas equipes abusam, inalando regularmente baixas doses de Monóxido de Carbono”
Jonas Vingegaard reforçou a posição de sua equipe em relação ao uso do monóxido de carbono. “Minha equipe usa Monóxido de Carbono para medir o volume sanguíneo e a massa total de hemoglobina”, explicou o ciclista dinamarquês.
“Primeiro inalamos o Monóxido de Carbono uma vez antes de um período de treinamento em altitude. No final do período, isso é repetido para calcular a capacidade máxima de absorção de oxigênio.”
Apesar disso, Vingegaard apontou que outras equipes têm utilizado o rebreather de maneira diferente. “Algumas equipes abusam, inalando regularmente baixas doses de Monóxido de Carbono, levando a uma melhoria significativa no desempenho de seus ciclistas. Isto é injusto, e a Agência Mundial Antidopagem (WADA) deveria proibi-lo”, finalizou categoricamente o dinamarquês.