Juan Ayuso enfrentou muitos desafios em 2023. Após sua estreia na Vuelta a España em 2022, ele fez uma longa pausa, antes de competir na temporada 2023, que recentemente chegou ao fim. Ele revelou suas angústias em uma entrevista com o site espanhol Relevo.
Na entrevista, o espanhol contou sobre uma lesão (que seria na região glútea), que apesar das dores, os diversos médicos não conseguiram descobrir a causa, nem encontrar explicação, provocando o desespero de um ciclista faminto por confirmar as expectativas.
As dores se foram?
A entrevista inicia questionando sobre sua situação atual. As dores se foram? “Por enquanto, sim. Já tive isso por um ou dois dias algumas vezes, digamos esporadicamente, mas nada que tenha me afetado. Mas, você não sabe quando vai chegar, quando não vai chegar e se vier, se vai ficar ou se vai passar de uma vez…”
Incerteza sobre o futuro no ciclismo
“O problema da minha lesão foi mais o aspecto mental do que a lesão em si. Porque, a dor me permitiu continuar levando uma vida normal, além de poder andar de bicicleta, o que não é tão grave quanto outros infortúnios que aconteceram no ciclismo.
“Mas o problema era a incerteza de dizer que “talvez eu não consiga voltar a andar de bicicleta por causa dessa bobagem”. Uma bobagem, vamos chamar assim. Então, lutar contra essa incerteza foi extremamente difícil”.
Não havia melhora
“Eu não estava passando por uma recuperação normal, onde você melhora um pouco, por mais devagar que seja, dando pequenos passos. Mas o meu caso era o contrário, estava piorando, pior, pior. Foi piorando e isso foi muito difícil mentalmente.”
“Três meses após a lesão estava piorando ainda mais. O maior problema também era que os médicos não davam nenhuma resposta. Cheguei a pensar ‘qual é a minha profissão e o que é o ciclismo, não vou poder viver isso de novo’”.
Recuperação com auxílio psicológico
Juan Ayuso revela também que o auxílio psicológico com um profissional foi fundamental para seu retorno. “Tive muito apoio do Víctor Moreno, que é o reabilitador da equipe. Ele morou comigo por várias semanas, digamos assim, porque nos víamos todos os dias.”
“Ele esteve comigo em cada passo do caminho, também sofreu muito, porque no final das contas a responsabilidade era dele, ele estava tentando se recuperar e não conseguíamos encontrar as respostas. Ele também passou por momentos difíceis por causa da conexão que temos. O Víctor foi uma pessoa muito importante na recuperação e devo muito a ele.”
“Com o Víctor e com a minha família foi uma espécie de círculo em que me cerquei, que tentei manter o menor possível, porque nesses momentos você não quer estar rodeado de muitas pessoas, mas sim estar consigo mesmo”, finalizou Ayuso.