Lance Armstrong admite surpresa com derrota de Tadej Pogacar “Que choque! Crédito a Remco e Skjelmose”; assista o vídeo
Lance Armstrong, ao lado de Johan Bruyneel e George Hincapie, analisou o dramático final da Amstel Gold Race, no mais recente episódio do podcast “The Move”. Armstrong admitiu ter sido pego de surpresa pelo raro momento de fragilidade apresentado por Tadej Pogacar ao não conquistar a vitória, após um ataque que parecia decisivo.
Pogacar, lançou-se à frente de Julian Alaphilippe, seu colega de fuga, a 42 km da linha de chegada. Contudo, para a surpresa de muitos, foi alcançado por Remco Evenepoel e Mattias Skjelmose. O dinamarquês da Lidl-Trek, de 24 anos, protagonizou um final emocionante, superando os dois favoritos nos metros finais e conquistando a vitória.

“Que choque!”
“Que choque!”, exclamou Armstrong. “Mas é por isso que as corridas acontecem. É por isso que existe um número de largada. Eu estava assistindo e, honestamente, pensando: ‘Lá vamos nós de novo – Pogacar vai levar mais uma'”.
“Ele atacou a 40 km do fim, e todos sabemos que ele é o melhor de sua geração, talvez até o melhor de todos os tempos. Mas crédito a Remco e Skjelmose – eles viraram o jogo.”
O americano confessou que, enquanto acompanhava o desenrolar da prova, uma parte dele ansiava por uma quebra na habitual dominância de Pogacar.
Relembre o momento que Tadej Pogacar ataca Julian Alaphilippe
Le show Tadej Pogačar a commencé, il dépose Julian Alaphilippe et s'envole seul à 42km de l'arrivée ! 🤯 #RTLsports pic.twitter.com/EYWK0wahbO
— RTL sports (@RTLsportsbe) April 20, 2025
“Ninguém disse abertamente: ‘Espero que o peguem'”
“Foi uma corrida muito emocionante. Em nosso grupo de bate-papo, estávamos todos grudados no GPS, observando as diferenças de tempo, imaginando se ele seria alcançado”.
“Ninguém disse abertamente: ‘Espero que o peguem’, mas acho que todos nós pensamos: ‘Vamos lá, vamos ver algo diferente pelo menos uma vez!’ E vimos. Vimos uma corrida de verdade, com dois, três, até dez caras na disputa. Foi isso que tornou tudo tão divertido de assistir.”
“Pogacar parecia bem, mas não ótimo”
O belga Johan Bruyneel, ex-ciclista e diretor de Armstrong, analisou os fatores que podem ter contribuído para a inesperada derrota de Pogacar. “Amstel é uma corrida difícil”, ponderou Bruyneel.
“Acho que Pogacar chegou motivado, sua equipe estava controlando bem as coisas. Ele parecia bem, mas não ótimo. Não no mesmo nível que vimos dele nas últimas semanas. Esta é realmente a segunda parte das clássicas da primavera”.
“Tivemos Flandres, Roubaix e as semiclássicas ao redor delas. Agora estamos na Amstel, Flèche e Liège, um tipo diferente de corrida, muitas vezes com ciclistas diferentes. Pogacar é único, porque ele consegue fazer tudo, mas na Amstel, ele pareceu um pouco dividido entre estilos.”

“Acho que a manobra de Alaphilippe o surpreendeu”
Bruyneel sugeriu que uma manobra de Julian Alaphilippe pode ter surpreendido o esloveno e alterado seus planos.
“Ele tinha a ambição de vencer, com certeza. Mas acho que a manobra de Alaphilippe o surpreendeu. Tive a sensação de que Pogacar queria ir mais tarde, talvez em uma das subidas mais íngremes”.
“Quando Alaphilippe atacou, vi algo na linguagem corporal de Pogacar, não parecia o Pogi super suave de sempre. Ele parecia bem, mas não aquela versão de si mesmo. De repente, ele estava sozinho na frente, o que eu não acho que fosse o plano. Isso pode desgastar você.”

Apesar do revés na Amstel Gold Race, Bruyneel expressou confiança na recuperação de Pogacar para as próximas corridas nas Ardenas.
“Estou confiante de que veremos um Pogacar diferente na Flèche Wallonne (quarta-feira, 23 de abril) e na Liège–Bastogne–Liège (domingo, 27 de abril). Ele ainda poderia ter subido ao pódio em Amstel, mas não foi o Pogacar dominante que vimos ultimamente.”