Mads Pedersen adota treinamento incomum para o Giro d’Italia “é terrível, mas eficaz. É uma maneira horrível de treinar”
Após uma primavera longa e árdua com as clássicas de um dia, onde venceu a Gent-Wevelgen, o dinamarquês Mads Pedersen (Lidl-Trek), volta suas atenções para o Giro d’Italia.
Com a necessidade de se adaptar rapidamente para o ritmo e a exigência das corridas por etapas, o ex-campeão mundial está empregando uma forma de treinamento bastante peculiar, na preparação para o primeiro Grand Tour da temporada, conforme ele revelou no podcast Lang Distance, que o ciclista apresenta com Jakob Egholm.

“Deixo meu coração aumentar até o limite”
Contrariando a tradicional preparação com longos treinos ao ar livre, Pedersen tem se dedicado a sessões diárias de uma hora no rolo de treinamento dentro de casa. O dinamarquês descreve seu método detalhando a intensidade do esforço.
“Como eu faço: começo com 270 watts. Daí em diante, simplesmente deixo meu coração aumentar até o limite. Nos últimos 15 minutos fico entre 255 e 270 watts. Minha frequência cardíaca começa em 110 e termina em torno de 175, 180.”

“É terrível, mas eficaz. É uma maneira horrível de treinar”
Para intensificar ainda mais o treinamento, Pedersen se veste com roupas de inverno completas durante as sessões indoor. Ele admite o quão desgastante é essa abordagem: “Baixa potência, mas enorme sofrimento. Parece desumano, e Pedersen odeia isso”.
“É terrível, mas também terrivelmente eficaz. É uma maneira horrível de treinar. Prefiro pedalar sete horas por dia durante uma semana.”
Apesar do desconforto, Pedersen reconhece os benefícios fisiológicos significativos desse método incomum. “Mas no final, o treinamento atípico compensa. Realmente vale a pena. Ele cria mais plasma no seu sangue, mas ativa a adaptação ao calor. O plasma sanguíneo é crucial na regulação da temperatura corporal”, complementou Pedersen.

Giro d’Italia não foi uma decisão fácil
O dinamarquês participará do Giro d’Italia pela quarta vez, com a edição deste ano tendo início na Albânia. O Tour de France, por outro lado, não está nos planos do ciclista. : a Lidl-Trek optou por Jonathan Milan para a prova francesa.
“Não foi uma decisão fácil, porque eu gostaria de disputar a camisa verde, mas com Jonathan podemos conquistar muito mais. Por isso, faz sentido. É mais fácil vencer três ou quatro etapas com ele do que comigo”, afirmou o dinamarquês no início do ano, quando a equipe definiu os sprinters para os Grand Tours.
