Mathieu Van der Poel admite superioridade de Tadej Pogacar “não o acompanharia mesmo com as pernas da Paris-Roubaix”
Depois de parecer que estava fora da disputa, Mathieu van der Poel (Alpecin-Deceuninck) surpreendeu ao conquistar o terceiro lugar na Liège-Bastogne-Liège, uma prova mais adequada para os escaladores. Ele perdeu o pelotão principal após ficar retido em uma queda a 100 km do final, o que o deixou bastante atrás, mas conseguiu se recuperar e voltar à frente do pelotão.
Van der Poel estava tirando roupas após a chuva
“Eu estava me preparando, tirando as coberturas das pernas (pernitos no Brasil) e as luvas, quando de repente me deparei com o acidente bem na minha frente. A estrada estava bloqueada. Achei que não conseguiria retornar à corrida”, explicou ele ao canal belga Sporza, após a prova.
“Consegui voltar, mas senti que minha melhor forma já havia passado. A recuperação após Flandres e Roubaix foi um pouco mais difícil do que eu esperava.”
Mesmo na melhor forma não acompanharia Tadej Pogacar
Apesar de seu impressionante retorno, Van der Poel admitiu que mesmo em sua melhor forma não teria conseguido acompanhar Tadej Pogačar, que lançou um ataque decisivo na subida da Côte de la Redoute.
“Mesmo com as pernas que tinha no Tour de Flandres e na Paris-Roubaix, não teria sido capaz de acompanhar Tadej Pogacar”, disse ele. “Na La Redoute, foi importante para mim manter meu próprio ritmo e não entrar em pânico. Isso foi importante até o fim.”
Após o ataque de Pogacar, Van der Poel viu-se novamente atrás quando um grupo seleto de perseguição se formou à sua frente. Parecia que um lugar entre os cinco primeiros estava fora de alcance. No entanto, nos últimos 6 km, ele fez um último esforço e conseguiu ultrapassar Romain Bardet, terminando em terceiro lugar.
“Não sei como consegui chegar ao pódio”
“Mantive a calma e consegui encontrar meu caminho de volta. Não tenho certeza de como consegui chegar ao pódio, mas estou muito feliz com isso”, disse ele.
Liège-Bastogne-Liège e Il Lombardia são os únicos Monumentos que Van der Poel ainda não conquistou, sendo Liège uma corrida que ele vê como alcançável. Este resultado o faz refletir sobre suas chances de vencer Liège no futuro.
“Agora entendo por que dizem que combinar essas corridas com as clássicas de paralelepípedos é difícil”, comentou ele, antes de considerar suas chances futuras.
“Tenho que ser realista, não conseguiria acompanhar Pogačar na Redoute. Isso é algo a se pensar para o futuro.”