Novo colega de Tadej Pogacar interrompeu a medicina pelo ciclismo “será que algum dia vou concluí-lo? Nunca diga nunca”
Rune Herregodts, de 26 anos, está atualmente na equipe Intermarché-Wanty. No entanto, o ciclista belga será colega de Tadej Pogacar, na UAE Team Emirates a partir de 2025, em um contrato de dois anos.
Além de sua carreira esportiva, Herregodts também possui uma base sólida em Medicina, o que influenciou sua visão sobre o esporte de alto rendimento e sua futura profissão. Sua paixão pelo ciclismo, no entanto, sempre foi um fator determinante em suas escolhas.
Difícil Escolha entre a Medicina e o Ciclismo Profissional
Após concluir o ensino médio, Herregodts enfrentou uma decisão difícil. “Depois do ensino médio, hesitei entre Fisioterapia ou Medicina”, recorda o ciclista. “Em retrospectiva, esse primeiro estudo teria sido mais fácil de combinar com uma carreira desportiva de topo”.
Ele completou os primeiros quatro anos do curso de Medicina, focados principalmente na teoria, o que lhe permitiu estudar à distância. Contudo, a prática clínica exigia uma presença constante.
“Um internato médico dura dois anos, o que se tornaria impossível fazê-lo se estiver ausente com tanta frequência. Como resultado, interrompi os meus estudos em 2022”, afirmou Herregodts ao site holandês Wielerrevue.
“Será que algum dia vou concluí-lo? Nunca diga nunca. Provavelmente depende de quanto tempo minha carreira no ciclismo vai durar. Depois de seis anos de estudo, você pode escolher uma especialização.”
A Medicina do Esporte e o Ciclismo
Herregodts tinha o desejo de seguir na área de Medicina do Esporte, talvez até no ciclismo. “Até alguns anos atrás, o médico também tinha muito a dizer sobre treinamento e nutrição, mas seu papel ficou mais limitado com a chegada dos especialistas. Assim, minha vontade de me tornar um médico do esporte diminuiu, não sei exatamente o que eu escolheria.”
Ainda assim, ele reconhece que o conhecimento adquirido em seus estudos é útil em sua carreira esportiva. “Percebo que me comunico mais facilmente com a equipe médica, pois sei como funciona o corpo humano melhor do que o ciclista médio.”
“O esporte de ponta não é saudável”
Herregodts reconhece os desafios físicos impostos pelo ciclismo de alto rendimento. “O esporte de ponta é radical. É melhor do que ficar deitado no sofá, mas não é saudável, não é? Eles não pesquisam os efeitos do esforço extremo em seu coração à toa”, afirma Herregodts ao Wielerrevue.
Ele observa que decisões no ciclismo muitas vezes divergem das práticas médicas convencionais: “Se você está em um Grand Tour, de vários dias e tem que pedalar novamente no dia seguinte, tudo se torna passageiro”.
“Tem que ser feito, enquanto você diz a uma pessoa ‘normal’ para reservar um tempo para si.” Apesar disso, ele aceita os riscos inerentes à profissão. “Não é que eu sinta isso como um conflito, porque você simplesmente aceita os perigos de ser um ciclista profissional.”