“O rosto de João Almeida no Alto da Fóia ficou comigo” ex-diretor da Soudal Quick-Step comenta domínio da UAE Emirates-XRG
Pela primeira vez em muito tempo, Patrick Lefevere assistirá a abertura da temporada de clássicas belgas de forma tranquila, já que o ex-CEO da Soudal Quick-Step, deixou o cargo para Jurgen Foré no final de 2024.
No entanto, Lefevere ainda olha para o ciclismo com um olhar crítico, através de sua coluna jornal belga Het Nieuwsblad: “Acho o domínio da UAE Emirates-XRG realmente assustador, escreveu Lefevere em sua coluna neste sábado.
“O rosto de João Almeida no Alto da Fóia ficou comigo”
Lefevere destacou a força crescente da equipe dos Emirados Árabes Unidos e sua supremacia nas competições. “No ano passado, eles venceram 81 corridas e sua equipe só ficou mais forte”, comentou.
“Na Volta ao Algarve, o rosto de João Almeida no Alto da Fóia ficou comigo. Ele claramente não gostou de terminar em segundo, atrás do companheiro de equipe Jan Christen”, complementou Lefevere no Het Nieuwsblad.
“Na equipe das clássicas de primavera da UAE Emirates você também pode ver os líderes se alinhando. Tadej Pogacar não está competindo no Omloop, mas Mauro Gianetti vai agarrar a cesta uma vez e em cada um de seus dedos está pendurado um ciclista que pode vencer a corrida.”
“Qualquer um que tenha acompanhado as corridas na Austrália, Espanha ou Portugal com apenas um olhar nas últimas semanas deve ter visto Antonio Morgado, Jhonatan Narváez e Tim Wellens pedalando com destaque na tela”.
“Espero todos eles na chegada da Omloop também. Vale lembrar que no ano passado a UAE já terminou em 3º , 4º e 5º no Tour de Flandres (Nils Politt, Mikkel Bjerg e António Morgado). Mesmo sem Pogacar”, disse Lefevere.
“Acho o domínio da UAE Emirates realmente assustador”
O ex-gerente geral abordou a influência crescente do poder financeiro no ciclismo. “Para o ‘equilíbrio competitivo’ do ciclismo, será crucial não deixar que a diferença orçamentária com os dirhams do petróleo da UAE Team Emirates se torne muito grande”, alertou.
“Acho o domínio deles realmente assustador”, complementou Lefevere.
Além da UAE Team Emirates, Lefevere apontou o crescimento da Red Bull-BORA-hansgrohe como outro exemplo do impacto financeiro no esporte.
“Veja a UAE e veja a Red Bull-BORA-hansgrohe. Com Laurence Pithie, Oier Lazkano, Jan Tratnik e os irmãos Van Dijke, eles simplesmente montaram um time de primavera muito forte em um ‘mercato’. Eles trouxeram todos que estavam disponíveis no mercado. Além de Maxim Van Gils, que nem estava no mercado”, finalizou Patrick Lefevere.
